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Paulo Battista com o coração bem apertado: da pobreza ao corte e costura de luxo

É o alfaiate de Manuel Luís Goucha e de dezenas de craques de futebol, como Bruno Fernandes, Bernardo Silva, Adrien e Quaresma. Carta publicada agora revela o homem que soube vencer na vida.
29 de julho de 2023 às 21:03
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Aos 44 anos de idade, Paulo Battista, o alfaiate de Manuel Luís Goucha e de dezenas de craques do futebol, desde Bruno Fernandes a Bernardo Silva, passando por Ricardo Quaresma e João Cancelo, vive dias de grande realização pessoal e profissional – subiu a corda a pulso e é, talvez, hoje, o melhor nesta arte em Portugal. Nascido e criado no Bairro da Cruz Vermelha, um dos mais pobres de Lisboa, não esquece as suas raízes.

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"Uma varanda de esperança é o que todos os miúdos deviam ter. O problema é quando uma pequena casa no Bairro da Cruz Vermelha só tem uma meia janela com vista para o bloco da frente, com os parapeitos desgastados e partidos pelo tempo, a tinta a saltar e a ferrugem nos portões é a cor predominante", começa por escrever Paulo Battista, na 'TV Guia. "Nessas circunstâncias, resta a esperança. Está muito na moda dizer que basta acreditar em nós, que somos o que quisermos ser, que cada um faz o seu caminho. Tenho de recuar quase quatro décadas, quando não havia livros de autoajuda ao meu alcance, nem coachs motivacionais a fazerem-me acreditar que era possível. Na verdade, foi."

Mais à frente, o famoso alfaiate, que já brilhou na televisão portuguesa, como jurado do programa 'Cosido à Mão' (apresentado por Sónia Araújo, na RTP1, em 2017), ao lado da malograda Mariama Barbosa e Susana Agostinho, recorda que a fronteira entre o insucesso e o sucesso é muito ténue: "Quando nascemos e crescemos num bairro cheio de carências, a probabilidade para tudo correr mal é enorme, e correu mesmo mal para muitos da minha geração. Os anos 80/90 foram abundantes em vidas estragadas e desviadas pelas drogas. Estavam em cada vão de escada no local onde cresci. Aprendemos a brincar por entre um ferro velho de inutilidades e de vidas consumidas pelas intempéries de um Portugal que prosperava, mas não para todos."

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Com um atelier na Av. da Liberdade, onde o seu trabalho floresce a olhos vistos, Paulo Battista encontra razões para ter sobrevivido a uma vida marcada pelas dificuldades sociais e económicas: "Não sei se posso definir com exatidão o que me fez não ser mais um, por entre essa multidão que se arrastava entre trabalhos mal pagos ou clandestinos, e centros de emprego ou de reinserção, sei que dentro de mim havia uma vontade, quase arrebatadora, de ser diferente, de construir família, de ter um lar onde o amor nos iria alimentar o corpo e a alma. E, na verdade, foi o amor que me motivou a tudo. Foi no início do ano 2000 que conheci a Susana, fundamental em toda a caminhada que percorri. Desde o primeiro momento em que nos conhecemos, soube que o caminho era para fazer a dois, ou a cinco, como atualmente."

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O homem que Manuel Luís Goucha não dispensa tem na memória os que mais necessitam: "A linha que separa o certo do errado é tão ténue quanto o nevoeiro de uma manhã de verão e, definitivamente, o local e o meio onde nascemos não tem de definir o nosso futuro. É, sem dúvida, mais difícil para quem chega à escola ou ao trabalho, depois de uma longa viagem de transportes, quem no regresso a casa procura uma luz para se sentir mais protegido, mas tem outro sabor quando provamos o sucesso... fruto de muito e difícil trabalho."

Na 'Varanda da Esperança', espaço de reflexão semanal na 'TV Guia', Paulo Battista mostra-se um homem humilde e termina a falar de amor: "Mais do que frases feitas de motivação, gosto de falar de amor, trabalho, dedicação e honestidade. Sem a hipocrisia de que todos vão conseguir. Não vão. Há muitos talentos que não tiveram as oportunidades certas, há muita gente a trabalhar sem reconhecimento, mas, ainda assim, continuo a acreditar que só dessa forma é possível. Começa cada dia com um único objetivo: superares-te a ti próprio na busca de ser alguém melhor."

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