
João Vicente Caldeira está a passar pela maior provação que alguma vez poderia ter imaginado. O genro do antigo cavaleiro João Palha Ribeiro Telles, casado com Graça Ribeiro Telles Caldeira, de 32 anos de idade, perdeu o filho Vicente, de apenas dois meses de idade – cujas cerimónias fúnebres decorreram na segunda-feira, 18 de novembro, na igreja Matriz de Coruche, localidade onde vive a família –, e tem as quatro filhas – duas gémeas de 6 anos, uma menina de 7 e outra de 9 – internadas no Hospital de Santa Maria, com duas delas ainda em estado grave.
Um tragédia resultante de um brutal acidente ocorrido na quarta-feira, 13 de novembro, na EN 119, junto ao Biscaínho, Coruche, quando as crianças regressavam a casa com a mãe, depois de terem deixado o pai no aeroporto de Lisboa, a caminho da Alemanha, para onde Caldeira viajou a trabalho. Era Graça quem conduzia a carrinha de sete lugares que se despistou e capotou várias vezes até se imobilizar na berma na estrada, de rodas para o ar. Também a mulher de João Vicente Caldeira sofreu múltiplas fraturas, mas, dos seis ocupantes, foi quem teve ferimentos menos graves.
Depois de ter estado internada durante vários dias no Hospital de Santarém, Graça Ribeiro Telles teve alta hospitalar no dia do funeral do filho e já se encontra em casa a recuperar. João Vicente Caldeira só conseguiria regressar a Portugal na manhã de quinta-feira, o dia a seguir ao acidente. Se nas primeiras horas foi o avô – João Ribeiro Telles terá sido umas primeiras pessoas a chegar ao local do acidente e terá ajudado os bombeiros e os técnicos do INEM a socorrer as vítimas (filha e netos) – quem assumiu o acompanhamento das meninas, sem arredar pé do hospital, o pai, João Vicente Caldeira tem tido "uma força inabalável" para enfrentar toda esta tragédia, como referiu uma fonte próxima da família à FLASH!.
O genro de João Ribeiro Telles tem demonstrado uma resiliência tão forte, perante toda esta tragédia, que os amigos mais próximos temem mesmo pela recaída do engenheiro agrónomo e antigo forcado do Grupo Amador de Montemor. "O João [Caldeira] tem estado muito forte, a enfrentar tudo isto com muita fé e esperança. Está a fazer tudo para que as meninas recuperem o mais rapidamente possível. Os amigos até estão com medo do que possa acontecer ao João, quando tudo isto acalmar e ele tome consciência da verdadeira dimensão da dor que está a sentir", diz-nos a mesma fonte. Na memória de todos, está cravada a imagem de João Caldeira a carregar a urna do filho, à saída da igreja.
Recorde-se que uma das filhas foi operada na última quarta-feira, aos intestinos, após na semana passada ter sido sujeita a uma cirurgia à coluna, sendo que tudo terá corrido conforme o previsto pela equipa médica. A outra irmã que inspirava maiores cuidados, com um traumatismo craniano e hemorragia, já começou a ser acordada do coma induzido e estava já a ser alimentada através de sonda, com a sua evolução a mostrar-se favorável.
"Obrigado por tanto apoio e tantas orações. Estão a ser atendidas", agradeceu, há poucos dias, João Vicente Caldeira através das redes sociais, num sinal de esperança e de que há boas notías a partir do Santa Maria, onde toda a família tem permanecido unida, a receber todos aqueles que fazem questão de passar pelo hospital, numa onda de solidariedade pelas famílias Caldeira e Ribeiro Telles, ambas muito estimadas.
"Toda a gente comenta que eles não merecem tudo o que lhes aconteceu. São pessoas muito queridas em Coruche. O João (Vicente Caldeira) é um doce de pessoa, toda a gente os tem em grande consideração. Ninguém merece uma coisa destas, é horrível, mas eles não merecem mesmo. São boas pessoas com um grande coração, humildes, sem manias das grandezas", transmitiu uma fonte à FLASH!.