
Depois de ser alvo de um mandado de captura internacional, Isabel dos Santos agora vê o Tribunal Supremo angolano determinar o arresto preventivo de mil milhões de dólares (941 milhões de euros).
De acordo com a agência 'Lusa', a decisão do tribunal abrange todos os saldos bancários de depósitos à ordem tituladas ou co-tituladas, sediadas em todas as instituições bancárias, incluindo as contas de depósito a prazo, outras aplicações financeiras que estejam associadas ou dossiês de títulos em nome de Isabel dos Santos.
Isso implica ainda bens materiais da empresária angolana e ações em empresas em Moçambique, Cabo Verde e São Tomé Príncipe, como 70% das participações da empresa de telecomunicações de Moçambique MSTAR, 100% das participações das empresas UNITEL T+, em Cabo Verde, e UNITEL STP, em São Tomé e Princípe, entre outras.
Em causa estão as suspeitas de que Isabel dos Santos terá usado fundos da estatal Sonangol para financiar as suas posições em outras empresas, sendo por isso apontados alegados crimes de "peculato, tráfico de influência, participação económica em negócio e branqueamento de capitais".
Recorde-se que em novembro a Interpol emitiu um mandado de captura contra Isabel dos Santos pela suspeita de desvio de fundos e branqueamento de capitais. A empresária disse em entrevista à 'CNN/TVI' que estava a sofrer "perseguição política". "E, olhando para Angola e o nosso sistema jurídico, é fácil de entender que o Procurador-Geral da República recebe ordens diretamente do Presidente [João Lourenço], ou seja, ao contrário de alguns países", afirmou. A filha mais velha do ex-presidente de Angola, José Eduardo dos Santos (que morreu em julho), estará a viver no Dubai. Se tentar fazer qualquer viagem internacional, a empresária poderá ser detida em qualquer aeroporto.
A filha mais velha do ex-presidente de Angola, José Eduardo dos Santos (que morreu em julho), estará a viver no Dubai. Se tentar fazer qualquer viagem internacional, a empresária poderá ser detida em qualquer aeroporto.