
Roberto Leal nasceu no Vale da Porca, em Macedo de Cavaleiros, e teve uma infância dura, marcada pela dureza da vida partilhada com os 10 irmãos, mas conseguiu subir a pulso e tornar-se num dos cantores mais conhecidos de Portugal e do Brasil, ainda que nem sempre tenha sido reconhecido.
Foi no Brasil, para onde emigrou aos 11 anos com a família, que tudo mudou. Tornou-se um fenómeno e vendeu milhões de discos depois de ter estado no sítio certo à hora certa, ou seja, após ter participado no programa de Chacrinha, apresentador que apelidou Roberto Leal do "português mais bonito de Portugal". As portas a escada do sucesso abriram-se em 1971, depois de cantar 'Arrebita' na TV Globo.
O dinheiro dos discos, que começaram a vender muito bem após esta ida à TV, deu para comprar um apartamento pequeno mas já com quarto para empregada.
A certa altura, o cantor chegou a ter uma mansão no Morumbi, ao lado de nomes como Roberto Carlos ou Emerson Fittipaldi. Tinha 7 empregados e 2 seguranças 24 horas por dia.
A casa chegou a ser assaltada e a ter a família sequestrada por assaltantes que foram ajudados por pessoas com quem trabalhava: roubaram carro, jóias, roupa mas conseguiu evitar que fizessem mal à família.
Comprou um palacete em Sintra, que vendeu ao Estado, mas adquiriu uma quinta no Carregado, um dos seus oásis, que agora faz parte da herança.
Em São Paulo também tem propriedades.
Além disso, os direitos de autor continuam também a render bom dinheiro: afinal, vendeu 17 milhões de discos e deu mais de 5 mil concertos ao longo dos 48 anos de carreira.
Atuou pela última vez a 12 de setembro, 3 dias antes de morrer.
Deixa viúva e três filhos e duas netas, com quem tinha uma grande cumplicidade, e um enorme legado musical. Mas também de generosidade e fé, características que muitos reconheceram ao comentarem a morte de Roberto Leal, que não resistiu a um cancro.