
Inspirada em factos públicos da sociedade portuguesa dos anos 80 e 90, mas sem caráter biográfico, 'O Arquiteto', que estreia na TVI já na próxima segunda-feira, 22, aborda "temas universais e cada vez mais atuais como o abuso de poder, as filmagens de cariz sexual sem consentimento, a manipulação emocional e a luta feminina contra sistemas dominados por figuras aparentemente intocáveis", lê-se na promoção da série feita pela estação de Queluz de Baixo.
Com esta estreia é impossível não recordar o imenso escândalo que abalou o nosso país no final dos anos 80 que teve como protagonista Tomás Taveira. Quem não se lembra do arquiteto que assinou o projeto das Amoreiras, um dos mais controversos da capital nos anos 80? Se na altura era uma das figuras mais mediáticas do país e também uma das mais polémicas, 40 anos depois da inauguração do complexo das Amoreiras Taveira (faz 40 anos no próximo dia 27) , hoje com 86 anos, há décadas que desapareceu da vida pública e social portuguesa.
Mas a verdade é que o ano da "desgraça" do conhecido arquiteto, que também chegou a ser apelidado de "papa" do pós-modernismo português, deu-se em 1989. A publicação do conteúdo das famosas cassetes - filmes dos seus encontros sexuais com várias mulheres, algumas bem conhecidas do jet-set nacional da época, acabou por determinar o início do declínio da sua carreira e da sua vida pública.
Se até então, o arquiteto circulava comodamente nas mais altas esferas da sociedade portuguesa, a partir da difusão dos filmes - que ainda hoje estão acessíveis em sites de pornografia Tomás Taveira começou a ser visto como 'persona non grata'. E aos poucos, e apesar de ter continuado a trabalhar e assinar projetos - perdeu mediatismo e notoriedade.
Para além do declínio da sua carreira, Tomás Taveira viveu ainda o fim do seu casamento com Amarílis Cristina, com quem tem dois filhos.