
Manuel Serrão, empresário e amigo próximo do pivô da TVI/CNN Júlio Magalhães, terá envolvido quatro funcionários e as mães de dois colaboradores da Associação Selectiva Moda no suposto esquema de fraude na obtenção de subsídios europeus, no valor de quase 39 milhões de euros.
De acordo com o 'Jornal de Notícias', a investigação 'Operação Maestro' visa também as relações familiares entre colaboradores e gerentes das entidades e empresas envolvidas nos projetos com financiamentos europeus.
Entre estas pessoas estão quatro funcionários cujos rendimentos mensais estarão ligados a várias operações cofinanciadas, bem como as mães de duas colaboradoras, sócias de uma das empresas fornecedoras, que terão passado faturas suspeitas.
As faturas suspeitas são aliás o que mais chamou a atenção das autoridades depois de Manuel Serrão ter estabelecido "residência permanente" durante oito anos, entre 2015 e 2023, num hotel cinco estrelas no centro do Porto. Os investigadores acreditam que o estabelecimento recebeu mais de 372 mil euros da Associação Selectiva Moda naquele período.
No mês passado, a PJ realizou 78 buscas para obter faturas, contratos e aparelhos eletrónicos que mostrem como uma teia de empresas, cujo principal mentor é Manuel Serrão, usaram quase 39 milhões de euros em projetos financiados entre 2015 e 2023.
O advogado de defesa de Manuel Serrão, Pedro Marinho Falcão, garantiu à RTP que o empresário vai prestar todos os esclarecimentos e rejeita qualquer ilegalidade.
Júlio Magalhães apanhado em investigação
O pivô da TVI/CNN Júlio Magalhães foi uma das pessoas obrigadas a abrir a porta de casa para a PJ no dia das buscas, embora as autoridades ainda não tenham dado pormenores sobre as suspeitas que envolvem Júlio Magalhães.
Para já, o jornalista, que é sócio de Manuel Serrão, tem a vida em suspenso enquanto aguarda as decisões do Ministério Público, tendo suspendido as funções na TVI/CNN Portugal e na Rádio Renascença, onde também colabora. A TVI já fez saber num comunicado que o lugar de Júlio, no entanto, está guardado caso prove que está inocente.
Até ao momento, a Operação Maestro não fez quaisquer detenções nem arguidos.
Os crimes investigados são de fraude fiscal qualificada, branqueamento e abuso de poder que lesaram os interesses financeiros da União Europeia e do Estado português.