
Júlio Magalhães suspendeu as funções na TVI/CNN Portugal e Rádio Renascença e agora aguarda o próximo passo do Ministério Público para saber qual é o seu destino.
O pivô foi surpreendido com uma chamada da Polícia Judiciária na semana passada para que abrisse a porta de casa e desse acesso aos seus bens na sequência da Operação Maestro, uma investigação por suspeitas de fraude fiscal qualificada, branqueamento e abuso de poder que lesaram os interesses financeiros da União Europeia e do Estado português que tem como principal visado Manuel Serrão, amigo de longa data e sócio de Júlio Magalhães.
Mas, até ao momento, a Operação Maestro não fez quaisquer detenções nem arguidos, o que deixa a vida do pivô em suspenso, sem trabalhar e sem poder defender-se. A TVI já fez saber num comunicado que o lugar de Júlio, no entanto, está guardado caso prove que está inocente.
Segundo a 'Nova Gente', logo após as buscas na sua casa em Lisboa, Júlio Magalhães seguiu para junto da família no Porto. É ao lado da mulher, Manuela Magalhães, com quem é casado há 34 anos, e dos dois filhos, Mariana e André, que tem encontrado refúgio enquanto decorrem as investigações.
A PJ explicou na semana passada que foram realizadas 78 buscas na Operação Maestro, que visam projetos cofinanciados por fundos comunitários que terão permitido aos suspeitos ganhos ilícitos de quase 39 milhões de euros, entre 2015 e 2023.
"Em causa estão esquemas organizados de fraude que beneficiaram um conjunto de pessoas singulares e coletivas, lesando os interesses financeiros da União Europeia e do Estado português, quer em sede de financiamento através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), quer através da subtração aos impostos devidos", dizem as autoridades.Foi a vida de luxo do empresário Manuel Serrão que chamou atenção das autoridades. O empresário terá feito do Hotel Sheraton, no Porto, a sua "residência permanente" durante oito anos, entre 2015 e 2023, noticiou o 'Jornal de Notícias'. Os investigadores acreditam que o hotel de cinco estrelas recebeu mais de 372 mil euros da Associação Selectiva Moda naquele período - a consultora que visa apoiar empresas têxteis nacionais é dirigida por Manuel Serrão.
Além de Manuel Serrão, também são suspeitos António Sousa Cardoso, que liderou a Associação de Jovens Empresários, e António Branco e Silva, "conhecedores das regras de procedimentos que presidem à candidatura, atribuição, execução e pagamento de verbas atribuídas no âmbito de operações cofinanciadas por fundos europeus, [que] decidiram captar, em proveito próprio e das empresas por si geridas, os subsídios atribuídos à Associação Selectiva Moda e às sociedades No Less e House of Project - Business Consulting", noticia a 'Sábado'.
Serrão, Sousa Cardoso e Branco e Silva terão obtido "o comprometimento de pessoas da sua confiança, do seio do seu círculo de amizades", como o jornalista Júlio Magalhães, "mas também do mundo empresarial, e em particular da área do setor têxtil, casos de Paulo Vaz, João Oliveira da Costa e Mário Genésio".