Joana Ramirez, conhecida como 'a advogada do jet-set' da cidade do Porto, foi internada compulsivamente na ala psiquiátrica de um hospital da Cidade Invicta na sequência de uma avaliação clínico-psiquiátrica que confirmou que a advogada sofre de doença mental e foi considerada um perigo para si e para terceiros, noticiou o 'Jornal de Notícias'.
O internamento ocorreu depois de um episódio insólito na última sessão de julgamento, a 21 de outubro, na qual é arguida, acusada de abuso de confiança, falsificação de documentos e burla qualificada, crimes que lhe terão rendido uma quantia de quase um milhão de euros. Esta lista de crimes foi lhe imputada pela família do diretor-executivo da Rockfeller Investments, António Pereira Coutinho, que diz ter sido lesada.
Joana Ramirez apareceu com uma máscara de gás nas mãos, enquanto afirmava recear ser gaseada durante a sessão, e ameaçou fazer justiça pelas "próprias mãos", caso o tribunal não acolhesse uma queixa apresentada por si contra todos os intervenientes que a acusam de prática de burla.
Este é apenas mais um episódio entre os muitos que se conhecem e que têm Joana Ramirez como protagonista. O seu longo "historial" começa logo no casamento feito às escondidas da família do noivo, no dia 8 de julho de 1998. Família essa que se opunha a que Vasco – filho do dono da famosa empresa de conservas Ramirez – se casasse com a jurista. Ele não só casou como casou em regime de comunhão geral de bens.
O casal acabaria por se divorciar por mútuo consentimento em 2004 sem “bens comuns a partilhar”. No entanto, em 2007, Joana avançou com um processo contra Vasco e o irmão, Manuel Ramirez. Depois de vários julgamentos e recursos, a mulher conseguiu que o tribunal lhe desse razão: teve direito a 6,5% das ações da empresa proprietária das Conservas Ramirez, o que equivale a 2,5 milhões de euros.
A guerra com os Ramirez permanece, pois nem Vasco nem a família vê com bons olhos o facto de Joana continuar a usar o apelido Ramirez. Contudo, ela bate o pé e não deixa cair o nome que já lhe abriu diversas portas, como a do Porto Canal onde chegou a ter uma colaboração regular como comentadora.
A advogada e empresária, de 50 anos, vive na Foz e anda de Porsche Panamera (avaliado em mais de 100 mil euros). É por isso conhecida na cidade do Porto como a "advogada do Porsche". Além disso, as suas roupas são de marcas de luxo e mantém um estilo de vida que não se coaduna com os pedidos de ajuda feitas ao Estado por viver alegadamente em situação de carência. Ao longo destes anos tem pedido apoio judiciário à Segurança Social. Joana defendia que necessitava do apoio judiciário uma vez que era a mãe quem a ajudava mensalmente com 300 euros.
