
José Eduardo Agualusa, de 60 anos de idade, usou a sua página de Facebook para contar o que viveu ao desembarcar no Aeroporto General Humberto Delgado, em Lisboa, do voo procedente de Maputo, Moçambique.
"Já sofri muito em aeroportos. Já passei por algumas situações caóticas. Nada que se pareça com o que se passou ontem, sábado, em Lisboa, à chegada do voo procedente de Maputo. Acho que nem nunca vi em toda a minha vida uma desorganização tão bem organizada", começou por dizer o conhecido escritor angolano, de ascendência portuguesa e brasileira.
E continuou: "Em primeiro lugar, os funcionários contratados para fazerem a triagem dos passageiros para o teste obrigatório (85 euros) eram poucos, mal treinados e muito mal informados. Embora estivesse nas primeiras filas, demorei quase três horas até conseguir sair do aeroporto."
Revoltado, o consagrado escritor prosseguiu o seu relato sobre a situação caótica vivida no aeroporto de Lisboa: "Houve gritaria, tentativas de rebelião e até de fuga, que não resultaram, porque, depois do teste, colocaram-nos pulseiras e quem não as tinha foi forçado a voltar para trás, na polícia de fronteira (fecharam as cancelas automáticas). Enfim, um caos total e absoluto. Filas e mais filas. Famílias com crianças. Doentes."
E José Eduardo Agualusa terminou: "Tudo amontoado, num desrespeito total pelos direitos das pessoas e pelas regras básicas de distanciamento e higiene num contexto de pandemia. As bagagens empilhadas num canto e, já na saída, mais filas e mais polícias para controlar, uma última vez, quem tinha e não tinha testes. Uma vergonha!..."