
Melânia Gomes abriu a caixa da infância e recordou o passado duro, marcado pela toxicodependência do pai e pela coragem e sofrimento da mãe. A atriz esteve no programa 'Alta Definição', na SIC, e falou abertamento do tormento que viveu quando criança.
Natural de Viana do Castelo, Minho, a atriz de 34 anos de idade foi viver para Lisboa aos 18 anos mas manteve a ligação à família minhota, nomeadamente as tias.
Em relação à mãe, que considera uma lutadora, lamenta não a ter apoiado mais. "Posso ter dificultado a vida da minha mãe. Exigia muito. Era criança. Se pudesse voltar a trás, tinha muito mais compaixão. Foi uma guerreira", disse.
Quando Melânia nasceu, a mãe tinha apenas 17 anos de idade. Adolescente, não desistiu da filha apesar dos problemas de ter um companheiro viciado em drogas. Achava que uma criança poderia ser a sua boia de salvação.
"Não era a pessoa ideal para a minha mãe. Já apresentava sintomas de depender de droga. A minha mãe achou que eu era capaz de mudá-lo. Filho nenhum… Não sei, eu não consegui", lamentou.
Melânia viveu vários momentos dramáticos com o pai, um deles marcou-a particularmente: tinha apenas 4 anos de idade quando foi raptada pelo progenitor. Ainda assim, a mãe sempre a protegeu do lado mais negro do pai. "A maior parte das coisas más que eu sei que a minha mãe passou, foi o meu pai que me disse. Sempre teve essa preocupação, de me mostrar a mãe que eu tinha, de ser amiga dela porque tinha passado muito nas mãos dele. Ela nunca me contou nada. Só me contava das coisas boas sobre ele".
Melânia emocionou-se ao recordar o momento mais feliz que viveu com o pai. "De ele sair para comprar uma cassete para gravar a Marina [Mota]. Pôs a gravar e no dia a seguir, vimos juntos. Foi a coisa mais bonita que fez".
Foi no avô e no padrasto que Melânia acabou por encontrar as figuras masculinas que haveriam de servir-lhe de exemplo para a vida. "O meu avô foi o grande homem da minha vida. Mais tarde a minha mãe casou e esse companheiro, a quem eu chamo pai, também foi essencial."