
De volta ao pequeno ecrã pela mão da SIC, encabeçando, desde o passado sábado, o programa ‘Caixa Mágica’, Fátima Lopes voltou a falar sobre o esgotamento que teve durante o seu tempo na rival TVI, revelando que o canal acedeu ao seu ultimato, com vista a aligeirar a carga de trabalho, como fora recomendado pelos seus médicos, tal como havia sido o regime de medicação para combater as consequências do burnout.
"Disse: ‘Fui diagnosticada com um princípio de burnout, o mais normal seria tirar uma baixa e ir para casa recuperar. Não o vou fazer, porque vocês vão mudar isto. Não têm outra hipótese. Se vocês não mudarem isto, terei de ir para casa’. Mudaram", começou por afirmar a comunicadora de 52 anos ao ‘Observador.’
"Passou-se a organizar de uma forma diferente. Passei por exemplo, a folgar. Em vez de fazer o 'A Tarde é Sua' todos os dias, havia um dos dias que não fazia, exatamente porque também trabalhava aos fins de semana. Então havia um dia para desligar a máquina. Todo o plano foi organizado de outra maneira, de forma a que já integrasse descanso. Tens de responsabilizar as pessoas quando é assim. Em Portugal, nas empresas, ainda não temos uma cultura generalizada de cuidar das nossas pessoas", acrescentou.
Contudo, Fátima Lopes referiu ainda que a interação com os superiores não é o único desafio: "Foi fácil de resolver esse lado com os meus diretores na TVI. Depois tens a parte contigo. Porque às vezes somos nós próprios que boicotamos o processo. És tu que achas que vais ficar um bocadinho mais ‘heroína’ se aguentares mais aquelas duas semanas. Não vais provar nada. Vais estar a arriscar mais, a auto destruíres-te. (…) Não receberás mais do que uma medalha de cortiça. Porque feitas as contas, no final nem ninguém se vai lembrar."
Por fim, a apresentadora respondeu positivamente quando lhe fora perguntado se a vida passou a ter outro sabor, depois de todo este processo, que incluiu medicação e acompanhamento: "Completamente. Não é agradável sentir o que senti. Não é bom. Sentes que se continuares assim vais despistar-te em alta velocidade. E pior: pode ser um despiste do qual não haja retorno. E há casos de pessoas que tiveram burnouts muito complicados e nunca mais foram as mesmas."