
Arrancou finalmente o julgamento ao polémico processo dos Anjos contra a humorista Joana Marques. A decorrer no Palácio da Justiça, em Lisboa, até quarta-feira, 18 de junho, com uma sessão adicional agendada para 30 de junho, os irmãos Sérgio e Nelson Rosado pedem uma indemnização superior 1 milhão de euros, acusando a humorista de "adulterar, truncar e manipular" um vídeo de 2022, em que os músicos cantam o Hino Nacional.
O cantor Nelson Rosado foi o primeiro a testemunhar, e terá falado durante mais de uma hora. “É um post novo. A Joana Marques fez um post novo nas suas redes em que o vídeo não é uma reprodução, mas um vídeo por ele novo porque cortou partes. Há alterações (...). Na altura, nós ficamos em choque”, alegou o músico. “Dá a entender que nós não sabemos cantar o hino nacional”, apontou.
De acordo com o irmão de Sérgio, o duo ainda está a sofrer com os efeitos do vídeo partilhado por Joana Marques. “Ainda estamos a pagar essa fatura. Continuamos a receber ódio nas redes sociais, continuamos a receber cyberbullying (...). Somos acusados de ter assassinado o hino”, disse, citado pelo 'Observador'.
“Goste-se ou não do estilo, a ré [Joana Marques] é uma personalidade com relevância e influência no seu auditório”, justificou, em comparação com os Anjos cujo público, de acordo com Nelson, é “pouco vocal”. Para o cantor, este não é um caso sobre “um ataque à liberdade de expressão” de, neste caso específico, Joana Marques, mas sim “um caso de manipulação digital” que acabou por causar vários prejuízos à banda.
Ainda segundo o testemunho de Nelson, citado pela publicação, os Anjos perderam dois patrocínios, foram obrigados a adiar o lançamento de músicas por causa da polémica e foram obrigados a contratar seguranças privados por causa da onda de ódio e das ameças que receberam através das redes sociais.
“Para se fazer bom humor não é preciso falar mal de ninguém (...). Defendo a liberdade de expressão, mas não posso prejudicar ninguém”, argumentou ainda Nelson Rosado.