
É a imagem da semana, e representa já um dos momentos mais relevantes da época futebolística. Roberto Martínez a cantar o hino português na estreia da Seleção Nacional na fase de apuramento para o Europeu de 2024, antes do jogo contra o Liechtenstein, em Lisboa. Mais tarde, o técnico espanhol completou a inteligente manobra de charme sobre o público, ao arranhar numa já bastante aproximada promessa de língua de Camões as respostas às perguntas dos jornalistas_lusitanos. Quando tomou conta da Seleção, Martínez transportava o duplo problema de ser dos raros estrangeiros a treinar Portugal, ainda por cima sucedendo ao técnico que, apesar de sair em baixa, conquistou o título europeu, num daqueles momentos de incredulidade coletiva que tendem a ser endeusados. Ciente de que os jogos do apuramento são todos excelentes oportunidades para golear, o selecionador apostou em transformá-los em ocasiões para conquistar o coração dos adeptos. A estratégia é inteligente e está a dar resultado. Martínez reduziu a tensão na equipa. Convoca Ronaldo, deixa-o marcar golos, mas pacifica os outros jogadores que acumulam irritação com CR7, substituindo-o durante os jogos como se fosse um mero mortal. Controlada a equipa, e recuperado o elo emocional com os portugueses, a dupla jornada da semana passada foi um êxito. Sempre acima dos 2 milhões de espectadores. A Seleção volta a estar em alta.
INFORMAÇÃO - JACQUES E A ERC
A forma como um empresário manteve ao longo de décadas um império de comunicação social fugindo às obrigações, abrindo falências em cascata e não cumprindo os compromissos com os sucessivos quadros de pessoal é sobretudo um epitáfio ao regulador. Com tantos tiques controleiros, a ERC não conseguiu garantir o básico: evitar que um grupo de comunicação social funcionasse à margem da lei, da ética e dos mínimos exigíveis. E todo o mercado sabia, não foi por falta de alertas (que, aliás, provocaram as únicas reações da ERC, decisões abjetas contra quem denunciava…).
PROGRAMAÇÃO - AUDIÊNCIAS DE MARÇO
Com um arranque de mês e os primeiros domingos fulgurantes, a SIC deu-se ao luxo de gerir março a seu bel-prazer. Poupou produto, manteve toda a publicidade (ao contrário de fevereiro, onde quase não houve intervalos a partir de certa altura do mês), e testou o 'Vale Tudo' nas 7 da tarde (não serve). O avanço resistiu a uma nova novela da TVI que arrancou bem, como aqui vimos, e ao crescimento do 'Vai ou Racha'. A informação da TVI, ao contrário da promessa de concorrer a partir de fevereiro, ficou ainda mais débil com a reformulação: o acesso é muito superior ao da SIC, e perde sempre (por vezes para a RTP1 também). Tudo junto, a SIC vai continuar no comando.
SOBE - MARCELO
Com um passado nas redações, aceitou o arriscado desafio da redação aberta do CM. Em diálogo descontraído com jornalistas, sociedade civil e comentadores, transformou a ocasião num evento único, que marcou a atualidade política.
SOBE - POTE
A presença de um futebolista profissional num programa de entretenimento é um acontecimento raro, por isso relevante. O potencial de comunicação das estrelas é menosprezado pelos clubes.
DESCE - CLÁUDIO RAMOS
Envolveu-se em discussão e polémica pública com um convidado do programa. Algo correu muito mal: ou não soube controlar as emoções, ou escolheu mal o convidado. Ou ambos.