
Sábado, ao fim da tarde, o Benfica tinha acabado de ganhar por 3-0 na Vila das Aves. Foi um jogo absolutamente banal, onde a equipa mais poderosa se impôs, de forma não particularmente espetacular, ao adversário mais frágil. No final da partida, a conferência de imprensa do treinador foi mais longa que o habitual, teve direito a transmissão em direto e integral em todos os canais de informação nacional, e contou também com perguntas colocadas por jornalistas ingleses e italianos.
Subitamente, e numa altura em que o futebol português procura o melhor modelo económico para rentabilizar as transmissões televisivas, eis que chega a internacionalização, através da curiosidade além-fronteiras e das notícias em vários países do mundo. Tudo isto se deve a José Mourinho, o melhor treinador português de sempre, que aceitou tomar conta do Benfica numa altura particularmente difícil e agitada do clube, ou seja, a caminho das eleições para presidente.
A presença de Mourinho no futebol português aumenta o valor da liga, acrescenta interesse internacional, e fará necessariamente aumentar as audiências dos jogos e de todo o espetáculo em redor da competição. A Liga portuguesa de futebol cresceu à boleia de José Mourinho. Trata-se da melhor receita possível para uma centralização do futebol português, pelo menos ao nível da atenção dos adeptos.
Informação
Overdose de debates
Não há fome que não dê em fartura. E a fartura rapidamente nos cria indigestão. Nas autárquicas, tem havido uma tal quantidade de debates que o efeito prático é a desvalorização simbólica desse ato televisivo de pura democracia.
Programação
Sigam os heróis
O verão trouxe vários heróis do desporto português. A seleção de futebol ganhou a Liga das Nações. Dois portugueses ganharam ouro no Mundial de atletismo. O ciclista João Almeida ficou em segundo lugar na Volta a Espanha. Em todos os casos, o auditório televisivo subiu. Os espetadores seguem os heróis.
A Subir
Daniel Oliveira
Antes das férias, havia a dúvida sobre a liderança. A SIC conseguiu dominar a TVI e mantém a liderança.
A Subir
Maria Botelho Moniz
O desempenho no reality show de época baixa relançou uma carreira prejudicada pela forma como a empresa a tinha afastado das manhãs.
A Descer
Donald Trump
O fim de programas de humor na América resulta da pressão do poder. O princípio do silenciamento acabará por trazer sérios prejuízos económicos. Como sempre, será o mercado a derrotar a censura.