
A ocasião era digna de um de festão: ‘Festa É Festa’ cumpriu mil episódios, tornando-se a mais longa novela de sempre. Aconteceu na passada semana e havia razões para festejar. Mas, apesar do recorde, tal aconteceu de forma muito modesta. Afinal, há muito que a fama de novela imbatível, de fenómeno de popularidade, se tinha desvanecido. A questão é: porquê?
‘Festa É Festa’ é, na verdade, um caso de estudo. Quando arrancou, em plena pandemia, trazendo em versão ficção a comédia para TV, transmitiu aos espectadores um respirar fundo necessário. Era preciso rir de coisas parvas, falar, passar horas em frente ao ecrã a ver uma história que tanto podia começar assim como ao contrário, mas que era engraçada, despretensiosa, simples.
Como os portugueses, afinal. E funcionou. E manteve-se no ar, sempre em horário nobre e fez o seu percurso. Até ao dia em que alguém disse "já chega". Já chega de vazio, de comédia, de sempre a mesma história, de tantos anos assim. E foi por isso que ‘Festa É Festa’, já não tanto mas ainda um sucesso, cedeu lugar a ‘Cacau’, novela "à antiga", provando que não havia formatos insubstituíveis. Havia sim, horários. Aos produtores, autores e atores do ‘Festa’, parabéns! Mil episódios (and ‘rolling’) é dose! Goste-se ou não do género... porque essa é outra discussão.