
Lembra-se de uma época, há muitos e muitos anos, em que a TVI descobriu uma técnica infalível para chatear os espectadores e mandá-los mais cedo para a cama e que se resumia a fazer intervalos de 15 minutos no meio dos programas de fim de noite? Não havia quem resistisse.
A meio do intervalo já estava a fechar os olhos e a perceber que o melhor era ir para o vale dos lençóis porque nada resistia àquela seca gigante. Todos se aborreciam com isto: espectadores e anunciantes. Eis, pois, que a SIC tem uma ideia igualmente genial, excelente para enervar quem segue programas em horário nobre: fazer mais-ou-menos-mini-intervalos a cada cinco a 10 minutos de programa.
O momento glorioso desta ideia aconteceu no passado domingo, durante os programas ‘Isto é Gozar com Quem Trabalha’ e, sobretudo, na estreia de ‘Hell’s Kitchen’. A SIC pode dar a desculpa de que era dia de aniversário e havia compromissos comerciais. É compreensível. Mas interrupções com aquela regularidade mais parecem que estamos a ver um programa nos intervalos da parte comercial. É aborrecido, é exagerado e é o pior que se pode reter dos maus truques da concorrência. Se fiquei a ver? Não, enervei-me e mudei para o ‘The Voice’. E de vez em quando ia espreitar os intervalos – quero dizer, o que sobrava dos programas.