Ljubomir Stanisic, o 'chef' "asneirento", sem filtro, bruto como as casas, está a passar uma estranha fase. Estranha é pouco. Se eu fosse Stanisic, provavelmente neste momento estava a pensar: mas por que raio é que eu aceitei fazer esta porcaria (ele usaria outra palavra) outra vez? Quem é que me quis tramar (ele também optaria por um termo mais forte)? 'Hell’s Kitchen', na verdade, não é porcaria nenhuma. É um excelente formato de televisão, tal como Ljubomir é um entertainer de primeira categoria. Então o que falha nesta segunda temporada, até agora (à beira de ser) desastrosa, estreada no mesmo dia e no mesmo horário de 'Big Brother Famosos', e que está a levar "tareia" há duas semanas? Voltemos atrás. A primeira série de 'Hell’s Kitchen', um programa no qual os concorrentes são insultados para crescerem como 'chefs' – num formato que parece militar – concorria com a 'Alice no País das Maravilhas', que é como quem diz, com 'All Together Now'. Era o Rambo contra a terra dos sonhos. Evidentemente, a polémica ganhava. Stanisic tornava-se até engraçado perante o "não se passa nada" do concurso de talentos musicais. Na luta entre o Bem e o Mal, ganhava o vilão Ljubo. Até agora, quando as regras do jogo mudaram.
Decidiu a SIC entrar com a artilharia pesada Ljubomir em cima de 'Big Brother Famosos'. E deu asneira: porque quando o Mal enfrenta o Mal ganha o mais maléfico. Ou, pelo menos, o que mais surpreender os espectadores. E neste caso o 'BBF' ganha de caras. Primeiro: é novidade, ou seja, imprevisível; segundo: tem concorrentes malucos e que "vão com tudo". E com o que responde Ljubomir? Com mais do mesmo. Já conhecemos os pratos do chef, já sabemos como ele "pica os miolos" dos concorrentes e, pior ainda, já nos é familiar toda a lógica do programa, que não mudou um milímetro. E ainda mais terrível do que isto tudo: o programa obedece a um formato "fixo", não pode ser alterado, melhorado, já está todo gravado – o que deve deixar Ljubo ainda mais incomodado. É que é impossível responder com talento àquilo que é um "algoritmo" pronto a vestir. Quem fica mal visto é o jugoslavo, mas quem tem culpa não é ele. É quem confia demais na lógica.
