
Quando o ‘Dilema’ começou, a escolha de Manuel Luís Goucha para a sua condução pareceu um capricho desnecessário de quem comanda os destinos da estação. Claro que o apresentador, de 69 anos, brioso como é, faria sempre o seu trabalho de forma digna e competente.
Mas era necessário entregar-lhe uma gala, programas diários à noite, que se juntavam às entrevistas à tarde? Ou seja, mantê-lo "preso" à estação 6 dias por semana – ou quase – num formato que não parecia ser propriamente uma mega-aposta da TVI? Goucha, profissional, aceitou o desafio.
Enfrentou um programa difícil, com concorrentes "à antiga", que não facilitaram as audiências. Sofreu revezes pessoais, com uma perda fundamental na sua vida. Marcou presença sempre e ainda soube brincar, sorrir, dar a volta àquela "matérias prima" que tinha em mãos, mesmo quando tal era complicado. Superou o desafio. Entrou e saiu do ‘Dilema’ com a dignidade necessária, com sentido de missão cumprida e, no final, ainda disse que não estava cansado!
Não tenho uma dúvida de que Goucha estava pronto para mais três meses de programa ou os que fossem necessários. Porque ele é assim. O que não significa que não merecesse um formato "melhor". Ao Manuel Luís, parabéns: é um profissionalão. E agora que goze bem as férias.