
Já se pode fazer um balanço mais rigoroso e sério de ‘O Triângulo’, que estreou na TVI em 26 de fevereiro. Ao fim de cinco semanas de emissão, este reality show que nasceu da cabeça de Cristina Ferreira é um mini-flop de audiências. Após tantas expectativas criadas pela estação de Queluz de Baixo, a começar pela apresentadora e diretora de Entretenimento e Ficção, a verdade é que só meia dúzia de portugueses é que conhecem os concorrentes que andam lá pela casa, na Venda do Pinheiro, as regras – será que as há? – e as dinâmicas do formato que não é mais do que um 'Big Brother' superaldrabado. E, por isso, as audiências são o que são: estreou com 1 milhão e 271 mil espectadores e está com 929 mil, resultado do último domingo, já tendo tido até 751 mil (12 de março). Dá para vencer ‘Vale Tudo’, da SIC, o seu principal rival, mas sabe a poucochinho.
Não fosse a pronta intervenção da produtora Endemol em ‘O Triângulo’, duas semanas a seguir ao arranque, e este formato de Cristina já tinha morrido, de vez. E pode a estrela defender o contrário – tem todo o direito de o fazer – e apregoar que "adorava passar por esta experiência, se fosse anónima", que ninguém acredita. O povo não acredita no que vê aos domingos, ou durante a semana, e, fundamentalmente, não entende nada do reality show. As audiências são como o algodão.
Não resisto a fazer uma pergunta: será que Cristina gosta mesmo de ‘O Triângulo’? De o apresentar? É que a ideia que passa das galas é que aquilo é (quase) um frete que está a fazer na TVI. A química e a intimidade com os concorrentes é praticamente inexistente, ao contrário do que acontecia, por exemplo, com Teresa Guilherme, que respirava os reality shows 24 horas por dia e não se perdia em vários negócios, que vão da roupa aos óculos de sol.
Cristina adora ter ideias em televisão, para televisão, o que é ótimo, mas isso não basta. Elas têm de ter pés e cabeça, fazer sentido. Só assim a TVI poderá, um dia, sonhar com a liderança. E não com aldrabices, pois essas, o povo topa-as à distância.