1. Com as atenções concentradas na guerra de audiências entre a SIC e a TVI – fevereiro foi da primeira por uma décima –, esquecemo-nos da RTP1. A estação pública, sempre discreta, à imagem do diretor de Programas, José Fragoso, lá vai fazendo o seu caminho, que poderia ser mais combativo e ousado – menos cinzento, portanto. Peguemos no exemplo de ‘O Preço Certo’, um trunfo há duas décadas. Até ao momento, por mais estranho que possa parecer, não há uma reação, no conteúdo ou na área comercial, ao assalto dos rivais ao horário das 19:00, primeiro com ‘Vai ou Racha’ (TVI) e agora com ‘Vale Tudo’ (SIC), em modo anónimos. Como é possível?
De Fernando Mendes, um profissional único, cujas suas maiores qualidades são a genuinidade, a humildade e a simpatia, não haverá uma crítica.
O ator responderá ainda com mais empenho, se é que é possível, e trabalho. E, sim, pode continuar a ser líder de audiências, apesar da cada vez maior concorrência, mas tudo seria melhor se a RTP reagisse com uma campanha para reforçar ‘O Preço Certo’. Um formato destes, tão amado pelo povo desde 1990, precisa de ir buscar gente nova. É urgente.
Mas há mais outro exemplo flagrante da inércia da RTP. O Festival da Canção faz (quase) o seu caminho sozinho, sem uma forte promoção para vender um produto que ainda diz alguma coisa ao público. Veja bem: José Fragoso apresentou o certame, em janeiro, e ficou-se por aí. Neste sábado, dia 11, já será a final, e, em jeito de balanço, a edição de 2023 volta a saber a pouco. E se havia material para fazer um bom trabalho de comunicação, a começar pelos apresentadores e acabando nos artistas. É engraçado: quando a TVI tenta a liderança, aproximando-se dos portugueses, a estação pública parece fazer tudo… para fugir deles.
2. Há dias, Miguel Ribeiro e José Milhazes protagonizaram um momento decadente. O pivô da SIC Notícias fez um vídeo com o comentador, em estúdio, partilhado depois nas redes sociais, onde sobressaem palavrões e piadas, uma delas sobre o tamanho do sexo de um russo na guerra na Ucrânia. Que credibilidade é esta de dois rostos da estação de Paço de Arcos? Que balbúrdia é esta? Onde andas, Ricardo Costa?
