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Paulo Abreu O Tal Canal

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Atrizes que se recusam a vender lingerie, sapatos e perfumes

Maria do Céu Guerra e São José Lapa são fenomenais. Ambas integram elencos de novelas da TVI e são do melhor há a representar. Queremos mais artistas assim.
26 de dezembro de 2022 às 17:25
Maria do Céu Guerra, São José Lapa
Maria do Céu Guerra, São José Lapa

A uma semana do final de 2022, é mais do que justo elogiar aqui duas fenomenais atrizes: Maria do Céu Guerra e São José Lapa. Em boa hora estas mulheres, com uma carreira notável no teatro e no cinema, aceitaram o convite para regressar à ficção nacional, neste caso da TVI.

Maria do Céu Guerra integra o elenco de ‘Festa É Festa’. É uma das protagonistas. Com quase 80 anos de vida, 60 deles dedicados à arte de representar, é um prazer vê-la como Corcovada na trama de Roberto Pereira, algumas vezes criticada pelos intelectuais da nossa praça – como se uma novela do povo, feita para o povo, fosse um crime. Só a presença de Maria do Céu Guerra no ecrã, com aquela voz e olhar únicos, vale os minutos que "perdemos", todos os dias, entre as aventuras mais estapafúrdias naquela aldeia saloia.

"Faço teatro ao mesmo tempo, tenho imensa energia. Segundo o que me diz a Gabi [Gabriela Sobral, diretora da produtora Plural], sou imprescindível. Tenho-me disciplinado para guardar sempre tempo para as gravações", disse a atriz em maio. Ainda bem. Não há imprescindíveis? Claro que os há: aqueles que lutam toda a vida. 

Mais nova – tem 71 anos –, São José Lapa é dona de outro currículo impressionante em cima da tábua e na sétima arte. Depois de quase uma década de ausência na TV, brilha em ‘Quero É Viver’, interpretando Ana, a matriarca dos Lobos. Enche o ecrã com o seu talento, aquele que a malta nova tem alguma dificuldade em decifrar, aceitar. Porque, nestes dois casos concretos, o segredo sempre foi o trabalho, o estudo, o profissionalismo, a busca incessante pela perfeição, a defesa da cultura, essa referência maior de um país.

São José revelou à imprensa, na estreia, que "não estava já à espera de um convite" e que "até já tinha posto de lado ser atriz". Que Helena Amaral não deixe – ou os outros autores. 

Aqui, felizmente, não há lugar para vender lingerie, sapatos, perfumes, o corpo. Há apenas espaço para o que de mais sublime pode ter um ator: o talento para representar. E por isso, tendo eu crescido a vê-las a fazer de conta, quero vê-las a fazer de conta durante muitos mais anos. Obrigado, Maria do Céu Guerra. Obrigado, São José Lapa. E obrigado a quem na Plural, ou na TVI, se lembrou delas e as convenceu a enobrecer a TV.

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