1. Cristina Ferreira deixou de promover ‘Apanha se Puderes’, da TVI, nas redes sociais, nas quais é seguida por mais de dois milhões de pessoas, e passou a dar destaque ao ‘Casados à Primeira Vista’, da SIC, programas que disputam o segundo horário mais importante do dia, o das 19:00, aquele que dá acesso a receitas de milhares de euros – perdão, ao horário nobre. Não sei se esta estratégia da apresentadora é a suficiente para o que se está a verificar nos últimos dias, a perda de audiências para ‘O Preço Certo’, da RTP1, e para os diários do ‘reality’ de Diana Chaves, mas sei que a estação de Queluz de Baixo tem aqui um problema grave para resolver. Afinal, como ter um rosto na sua grelha até Fevereiro, de segunda a sábado, com esse mesmo rosto a apelar a uma vasta legião de fãs para ver a estação de Carnaxide?
2. Já na última semana o tinha referido aqui, e vou voltar a reforçar: foi um erro crasso Daniel Oliveira ter dito que ‘Casados à Primeira Vista’ não era um ‘reality show’. Talvez por historicamente a SIC ter vergonha deste tipo de formatos, o patrão do Entretenimento decidiu inovar: "É um factual ‘reality’, porque não existem concorrentes. Estes participantes não estão a concorrer a nada, não existe jogo, não existem nomeações e expulsões." Bastou um episódio apenas para se confirmar que ‘Casados à Primeira Vista’ é, de facto, um ‘reality show’. E com dinheiro pelo meio, a distribuir pelos casais, então, como conta a ‘TV Guia’ nesta edição, a coisa ganha uma relevância ainda maior.
Sem receios, sem mentiras e com as cartas todas na mesa, em que um formato desta natureza só faz sentido se for polémico para provocar discussão entre os portugueses, talvez as audiências da estreia fossem melhores do que 1 milhão e 258 mil espectadores – o que não deixa de ser um resultado excelente em Carnaxide... e logo frente ao grande ‘chef’ Ljubomir Stanisic.
3. Judite Sousa é uma máquina a trabalhar. Como enviada especial da TVI ao Brasil, para cobrir a campanha eleitoral das presidenciais, mostra ter o faro pela notícia, pelo que interessa ao espectador, e vai onde (quase) ninguém ousa ir. Até à favela do Vidigal ela subiu, na terça, dia 23, sem medo de balas perdidas, sem medo de nada... num país à beira de uma guerra civil. Houvesse mais gente assim no jornalismo.
