
1. A SIC prepara-se para estrear 'Paixão', que irá substituir 'Amor Maior', em Setembro, e já convidou os jornalistas, mais do que uma vez, para eventos, onde está o elenco, de modo a promover a novela. É uma boa estratégia, esta. Porém, no sábado, dia 12, a montanha pariu um rato. Em Olhão, apareceram apenas cinco actores: António Pedro Cerdeira, Maria João Abreu, Lia Carvalho, Adriano Luz e João Baptista. Com todo o respeito por estes nomes, e estão aqui vários com currículo, é pouco para quem deseja impor-se na ficção nacional. Entendo perfeitamente que Margarida Vila-Nova, Joana Solnado, Marco Delgado, Rita Blanco, José Mata e Cláudia Vieira, entre outros, tenham estado a gravar no sábado, fora de Lisboa, e que a disponibilidade não fosse a melhor. Mas, se não houver compromisso do primeiro ao último dia, de todos, com a novela e a estratégia da SIC, que resultados virão aí? É que, hoje, no mundo em que vivemos, não basta saber representar. É preciso saber vender-se.
2. Também em Carnaxide, mas na SIC Notícias. No sábado à noite, enquanto Teresa Dimas apresentava as últimas do dia, passavam em rodapé várias pérolas: "Exército mobliza [sem i] 600 militares e 116 viaturas nos combates aos fogos"; "Campeão Chelsea inicia Premier League a perder 0-3 com o Burnley [alguém foi para casa aos 69’, porque o resultado foi 2-3]"; e, por fim, "Marítimo e Rio Ave procuram juntar-se a Sporting no topo da Liga [os madeirenses já tinham perdido à tarde com o Belenenses (1-0)]". É por estas e por outras que o canal está em coma.
3. Daniel Deusdado está feliz com o trabalho da RTP na ficção. "No pior dos cenários, temos 250 mil pessoas a verem uma série. São cinco estádios da Luz cheios. É óptimo e será ainda melhor." Discordo: os produtos são fracos, e os números são miseráveis. Mas na estação pública nada é de estranhar. Por exemplo, há tantos milhões para o futebol, mas não houve para os Mundiais de Atletismo, em Londres. Ver Inês Henriques a ganhar o ouro nos 50 km marcha, com recorde mundial, no Eurosport, devia fazer corar de vergonha (e muito) o director de Programas.
* O autor desta crónica escreve de acordo com a antiga ortografia.