1. O ano de 2023 promete. Os últimos dias de outubro e os primeiros de novembro deixam antever ventos de mudança na nossa televisão. A TVI tem vindo paulatinamente a crescer. Sem alardes. Com pezinhos de lã. Longe parecem estar os tempos em que Cristina Ferreira fazia anúncios fulgurantes de êxitos que iam chegar, mas que acabavam invariavelmente por se esbardalhar. José Eduardo Moniz não dá entrevistas, não se alarga em anúncios, só fala mesmo em ocasiões formais em que evitar jornalistas se torna impossível.
A pouco e pouco, vão surgindo mudanças na estação. As mais visíveis surgem na Informação. O 'Jornal das 8' já atinge níveis de audiência mais substanciais, com as rubricas de Sandra Felgueiras, de Pedro Santos Guerreiro e do próprio diretor-geral a respirarem ambição e a trazerem novidade, procurando surpreender. As manhãs e as tardes estão seguras, o 'Big Brother', com o fim já à vista, e as novelas, firmes no seu desenho, não cedem à SIC.
Sabe-se que já existem novos projetos em preparação. A celebração dos 30 anos da TVI, em fevereiro, pode ser mais do que uma comemoração. Em Queluz de Baixo estão todos proibidos de lançar foguetes, já se percebeu. Mas que alguma coisa está para acontecer, lá isso está.
2. Há muito que o escrevi aqui, que 'Quem Quer Namorar com o Agricultor?' tinha morrido, e os resultados confirmam-no: no último domingo, teve 655 mil espectadores, não figurando nos 10 programas mais vistos. E se a miséria é assim no dia mais importante, durante a semana o cenário é pior: fica em último no seu horário frente a 'O Preço Certo' (RTP1) e o 'BB Diário' (TVI).
Daniel Oliveira preferiu manter tudo igual e apostar, na rentrée, numa 6ª temporada do reality show, apresentado por Andreia Rodrigues. Falhou em toda a linha neste formato, que é uma mentira pegada e que obrigou à família Balsemão um investimento avultado, mas pior do que o 'flop' é o diretor confirmar a minha teoria: de que é um líder com muitas qualidades, sim, mas também medroso e calculista. E isso tem os seus custos. Como é que a SIC, campeã há 45 meses consecutivos, nunca arriscou, principalmente aos domingos à noite? Vai ser agora, com a corda na garganta?
