
Chegou a Páscoa. Vão ser dias de festa, de encontros de famílias, de viagens de miniférias, dias de descoberta e apetecidos para viajar. Vivem-se momentos que proporcionam a euforia, comem-se petiscos que convidam a beber, reencontram-se amigos que celebram com vinho.
São, para a maioria das pessoas, dias felizes. A quebra das rotinas, os sabores da novidade, o calor que os abraços potenciam, a euforia e a alegria desaguam em jorros em muitas casas do nosso país.
Na verdade, estamos a viver um dos períodos mais bonitos do nosso calendário.Mas nem tudo é festa. Existe um reverso negro nesta quadra. Feito de luto, lágrimas e dor. Sofrimento que, na maioria das vezes é dispensável. Refiro-me à sinistralidade automóvel.
Dizem as autoridades rodoviárias, que vão acorrendo aos mais variados acidentes e os tornam em investigação cuidada, que na frente das causas para o tumulto rodoviário estão o excesso de velocidade, o consumo de álcool e as manobras perigosas.
Disparam os números de mortes e feridos por essas estradas fora. E a alegria, o encontro, os abraços de que acima referi, convertem-se em lágrimas de pranto, em luto e mágoa.
Meu caro leitor:
Dirijo-me a si como se fizesse uma prece: conduza com cuidado. Se vai conduzir, não beba. Obedeça, como todos devemos obedecer, aos sinais de trânsito. A GNR dar-lhe-á os mesmos conselhos apostando no tom formal das mensagens. Não é o meu caso. Estou a olhar para lá do acidente. Da Páscoa que deixa de ser festa para se transformar em luto, do manto de dor que vai cobrir aqueles que mais ama, da sua vida, tantas vezes com tanta vida para andar, destruída em segundos. Pela sua rica saúde, e daqueles que consigo viajam, não se mate. Boas Páscoa!
Correio do leitor
“As campanhas rodoviárias nunca falam das condições da estradas e do nosso parque automóvel envelhecido. É injusto atribuir aos automobilistas todas as culpas dos acidentes” José Saldanha, Ovar
Não concordo. Na estrada estão três elementos. A própria estrada, o automóvel e quem o conduz. O único que pensa, que pode avaliar as condições da estrada e da viatura, é o condutor. É o dono da condução. É o único que decide. Logo, a responsabilidade recai sempre sobre o condutor.