
Celebrou-se na passada sexta-feira o Dia Mundial da Prevenção no Afogamento. O Observatório da Federação Portuguesa de Nadadores-Salvadores publicou o relatório anual sobre as mortes ocorridas em 2024 por afogamento.
Morreram 121 pessoas, a maioria delas do sexo masculino. Fazendo uma análise aos números, sublinhamos o facto de em zonas vigiadas, apenas três pessoas perderam a vida. Significa este dado que a esmagadora maioria dos óbitos, ocorridos no mar e em rios, acontece em locais sem controle de vigilância e sem qualquer ajuda externa por perto.
Somos um país de praias naturais e de rios aprazíveis ao longo dos seus leitos. Não admira, pois, que a prática de banhos marinhos e fluviais esteja arreigada nos comportamentos da nossa gente, a que se deve acrescentar os veraneantes vindos de outros países à procura do mar e do sol português.
Porém, este prazer pode rapidamente transformar-se em desprazer se não se tomarem as precauções necessárias. Com a devida vénia, transcrevo o conjunto de precauções que os nadadores-salvadores nos sugerem.
Habitue-se a nadar em zonas vigiadas. Evite mergulhar em locais desconhecidos. Tenha cuidado com as correntes e marés. Não consuma álcool antes de entrar na água. Se for necessário, utilize coletes salva-vidas. Evite brincadeiras perigosas quando está no mar. Mantenha sempre uma supervisão ativa.
Para além destes cuidados, é necessário que em casas com piscinas ou noutros locais com piscinas, a prevenção seja redobrada quando estão crianças dentro de água. Eu iria um pouco mais longe, deixando aos pais e responsáveis por crianças um outro sinal de alerta: mesmo que não estejam dentro de água, se houver piscina por perto, é fundamental que não as perca de vista. É exatamente em julho e agosto que acontecem mais mortes em crianças afogadas. E, por vezes, basta um pequeno descuido para a tragédia acontecer.
O poeta José Carlos Ary dos Santos criou um anúncio que ficou célebre na sua época que dizia, há mar e mar / há ir e voltar. Que não o percamos do sentido. A felicidade custa muito a conquistar e a morte é um ápice que nos atira para a mais negra das tristezas.