Flaming Lips dão concerto anti-covid exuberante que dá que falar

Na era do coronavírus têm sido várias as formas utilizadas pelas diversas indústrias para tentar sobreviver às limitações colocadas por um cenário de pandemia e, como já se sabe, uma das áreas que mais tem sido afetada pela necessidade de distanciamento social é a da cultura.

Com isto em mente, os Flaming Lips, banda natural da cidade norte-americana de Oklahoma City, decidiram inovar e criaram um conceito de espetáculo ao vivo no mínimo inusitado, mas indiscutivelmente criativo, na sua cidade natal.

Para que os fãs do conjunto, que já conta com quase quarenta anos de carreira, pudessem assistir em segurança ao seu concerto, foram introduzidas, para cada um dos participantes, entre banda e público, bolhas de plástico individuais, sendo obrigatória a utilização de máscara antes e depois da entrada naquela proteção, que incluiu uma coluna, uma ventoinha e uma garrafa de água, entre outros recursos, cuja utilização foi explicada previamente por Wayne Coyne, líder da banda, no seu Instagram pessoal.

Coyne explicou, em entrevista, que "é um evento restrito, estranho, mas é uma estranheza necessária para que possamos viver um concerto sem colocar as nossas famílias em risco". Apesar de todas as medidas de segurança terem sido colocadas em prática, a ideia levantou dúvidas para os especialistas: o Dr. Sandro Galea, da Universidade de Boston, disse ao New York Times, que "não há provas de que estas bolhas sejam eficazes ou ineficazes a impedir a transmissão de doenças infecciosas", mas explicou que "em teoria, se a filtragem do ar for boa, as barreiras protetivas podem reduzir o risco de transmissão", não deixando de afirmar que estaria hesitante em participar de um evento semelhante antes de as devidas conclusões terem sido provadas cientificamente. Verdade é que alguns fãs da banda presentes no espetáculo tiveram uma impressão positiva do concerto e elogiaram a iniciativa nas redes sociais.

Os Flaming Lips anunciaram também, esta semana, a participação no concerto beneficente anual da Tibet House, a ter lugar no próximo mês, mas, desta feita, de forma virtual. Eddie Vedder, Patti Smith, Iggy Pop e Phoebe Bridgers são alguns dos artistas que aparecem junto à banda de Wayne Coyne no cartaz.