
Betty Grafstein deixou Portugal e encontra-se a caminho de Nova Iorque. À sua espera tem o filho, Roger Basile, que viajou para Lisboa assim que foi informado pelos médicos que a situação clínica da mãe era "muito grave". O empresário norte-americano é o principal impulsionador do divórcio entre lady Betty e o antigo marchand. Nunca aprovou o casamento da mãe com o português, nem esqueceu uma alegada agressão que terá ocorrido há 25 ou 27 anos.
"Quando isto aconteceu anteriormente, há 25 ou 27 anos, quando ele [José Castelo Branco] lhe bateu, a minha mãe foi à Polícia com uma pessoa amiga", recordou Basile em declarações à TVI, depois de ter prestado declarações às autoridades e antes de partir para os Estados Unidos.
Neste momento, José Castelo Branco está acusado de violência doméstica e impedido de se aproximar da ainda mulher, com recurso a pulseira eletrónica. A queixa-crime ao Ministério Público terá sido feita pela equipa médica do hospital privado onde Betty Grafstein esteve internada mais de um mês, após lhe ter sido detetada uma fratura no fémur, alegadamente, resultado de uma queda ao ser empurrada pelo marido.
A braços com a Justiça, o antigo marchand d'art pode beneficiar da partida da mulher para Nova Iorque. "Em termos judiciais, esta pode ser a melhor notícia para José Castelo Branco. A memória futura que foi feita era claramente insuficiente, Betty, no dia em que José Castelo Branco foi detido, praticamente não prestou declarações, prestou declarações à GNR. Em termos judiciais vale zero, o depoimento vai ser facilmente contestado", considerou Tânia Laranjo, jornalista na CMTV.
"Atendendo a que foi para os Estados Unidos e que provavelmente não regressará, significa que o processo judicial provavelmente vai morrer antes de termos acusação. Eu diria que é muito difícil para o Ministério Público sequer avançar para uma acusação, mesmo que avance para uma acusação, dificilmente se demonstra com o depoimento da GNR que não foi contraditado, não teve a defesa de José Castelo Branco", referiu ainda a jornalista.
"Estamos a falar de alguém que tem 95 anos, que naturalmente estava absolutamente combalida e ainda sob efeito de todo o quadro clínico onde estava no momento em que foi obtido o primeiro depoimento. Agora, não prestou cumprindo as regras do direito português, o processo de José Castelo Branco dificilmente tem pernas para andar. Ela tem 95 anos, está doente, mesmo que esteja suficientemente melhor para ter alta não significa que não continua num quadro difícil, estamos a falar de alguém para quem uma viagem de 8 ou 10 horas é uma viagem difícil", apontou também Tânia Laranjo, que acrescentou: "Portanto, o processo judicial está muito condicionado, eu diria que a probabilidade de José Castelo Branco nunca ser condenado é, de facto, muito alta".