8 destinos para conhecer em agosto. Aproveite que ainda vai a tempo...
Farto da pandemia? De gente? Da rotina? Farto disto tudo? Então recoste-se e venha daí viajar. A FLASH! dá-lhe um roteiro especial para agosto, e que ainda é possível realizar. Enfim... nem que seja em 2022 (como já vai perceber).
1. Lisboa, Portugal
Vamos começar pelo óbvio e por "casa". Há dois meses no ano para conhecer Lisboa: junho - por causa das ruas enfeitadas pelos arraiais dos santos populares - e agosto - pela luz única que ilumina a cidade. Neste mês os monumentos brancos parecem brilhar sob o sol alto, o Tejo fica prateado com o sol a bater, a cidade respira liberdade. E isso torna-a ainda mais bonita. Lisboa é daquelas cidades que parece não ter crescido, convidado a passeios nos parques, a dois dedos de conversa e uma espreguiçadela na relva, a uma caminhada ao longo do rio, a um fim de tarde numa esplanada, rematado com um beijo longo e saboroso. Lisboa é isto e, por agora, a tentar reergue-se destes meses de clausura, merece um regresso mais demorado. Aproveite o que há de novo na cidade, visite as exposições que já abriram portas, dê uso aos ténis e aos óculos de sol e não pense muito para onde vai. Vá e pronto. E aproveite.
2. Sevilha, Espanha
Tem gente? Tem. Tem calor? Muito. Tem ajuntamentos? Provavelmente (para não dizer de certeza). Então por que raio havemos de ir a Sevilha neste agosto? Porque tem salero. Tem tapas. Tem música a cada canto. Tem risos. Tem vida. Vida! O que andamos mesmo a precisar: vida. Sevilha arde no verão. Continua a ser daquelas cidades espanholas, que se poderia perder no tempo e nas tradições e ir desaparecendo. E, no entanto, mantém-se encantadora, de tão genuína e "raçuda" que é. Não, não tem vergonha de ser uma cidade de "toiros", com cartazes de cartéis espalhados pelas paredes - isto é real, não é para turista ver - e também continua a manter abertas aquelas tabernas com cadeiras velhas e "barras" cheias de fregueses que falam alto ao mesmo tempo e pedem insistentemente mais "una caña" ou um "tinto verano"A acompanhar com jamon, claro! Tapa. Sevilha tem História e, como Lisboa, também convida a perdermo-nos entre ruas estreitinhas, em busca de um novo recanto. E se formos ficando, e ficando, e acabarmos numa roda de flamenco, também não faz mal. É vida. Olé!
3. St. Tropez, França
Ou é em agosto, ou nunca. VIP que é VIP, que quer ver e ser visto, que quer fazer selfies para o instagram e mostrar que está cheio de "si" para poder desfilar na marina com os últimos modelos (verdadeiros, não de contrafação) de grandes marcas... tem de passar por St. Tropez durante o verão. O que tem de especial aquele vilarejo, com uma praia de calhau, um mar nada de especial (embora seja Mediterrâneo), hotéis antigos como os do centro de Paris, absolutamente inflacionados para o que valem? O que tem St. Tropez? Curiosamente, "dinheiro velho". Confusos? Como é que um local frequentado por novos ricos tem ainda a caminhar entre esplanadas e a praia a "nata" da Europa? É simples: St. Tropez nunca perdeu nem o charme nem os visitantes habituais - que não a trocaram pelas Miami e os Dubai da vida. Requintada - como a maquilhagem de uma dama que nunca perdeu a pose -, snob q.b., e com aquele "saber estar" à francesa, a cidade acaba por seduzir quem a escolhe como ritual de passagem obrigatório. Há locais mais bonitos na Côte d'Azur? Certamente. Mas com este 'elan', não.
4. Mikonos, Grécia
É festa que queremos, num cenário de mar e de alegria? O destino está escolhido e chama-se Mikonos. Há muito que a ilha se tornou estandarte da comunidade gay mundial, que a transformou numa meca do turismo que gosta de divertir e tem dinheiro para o fazer. Festas, bares, bons restaurantes, um mar quente e delicioso, a ilha construiu uma imagem capaz de suplantar as concorrentes Marbella, Ibiza, Croácia... Mikonos tem sabor a alegria nos tons do verão e conseguiu criar ambientes para diferentes "nichos": os mais abastados, com capacidade para alugar os super-iates e frequentar os melhores espaços e, mais recentemente, uma classe média que quer aproveitar o melhor que a ilha e não a descaraterizou, pelo contrário, "abriu-a". Mikonos em agosto é confusa, é certo. Mas é o símbolo do verão mediterrânico. E, já agora a boa notícia: este ano está cheia de voos por bom preço numa tentativa de capitalizar turistas fartos de clausuras pandémicas. Aproveite!
5. Monterey e Venice, California, Estados Unidos
Este é um dois em um, porque as duas localidades não são assim tão longe uma da outra e porque... não conseguimos optar. Por partes. Recorda-se daquele cenário de cair para o lado de lindo, com o Pacífico em fundo, de 'Big Little Lies'? Então: seja bem-vindo a Monterey. Tudo é belo, organizado e apetece ficar (para viver). Monterey é daquelas cidades que se desejam não para turismo mas para a vida toda. E, no verão, ainda tem uma atração extra: podem ver-se baleias azuis. Agora, se quiser passar da organização para a liberdade de uma imensa comunidade hippie que mistura locais com ela própria se ter transformado numa atração turística, então o local a visitar é Venice. Ali voltamos à mood flower power e chegamos a acreditar que nos podemos cruzar com Janis Josplin a qualquer momento. Por enquanto, com as regras covid, não está fácil viajar para os Estados Unidos, mas... não custa tentar.
6. Gerês, Portugal
Farto de gente? Farto de calor? Farto de dores nas pernas por ter passado o ano inteiro parado, em casa, a olhar para o computador, em reuniões 'zoom'? Nós temos a solução e ela é tão simples... O Gerês está à sua espera, a três horas, máximo, de qualquer local onde se encontre no nosso país. Ah, está bem, já conhece, já lá esteve... Acredite: não conhece! Não conhece como devia porque este parque natural é um santuário de boas energias, de fotossíntese, e de tudo o que podemos imaginar que nos faz bem ao corpo e à alma, tanto é o verde... e o silêncio. Por que vale a pena a viagem e tentar encontrar alojamento numa das (já várias) cabanas de turismo de montanha que ali se descobrem? Porque os passeios pelos trilhos são maravilhosos, a paisagem deslumbrante e, como se tudo isto não bastasse, está "fresquinho". Calor de agosto é algo que dificilmente se sente por ali. Convencido? Vá, faça a mochila e ponha-se a caminho que até vai ganhar anos de vida.
7. Masai Mara, Quénia
Reza a lenda - e não só a lenda, mas também as leis da natureza que regem o local - que as grandes migrações de animais de grande porte, entre o Quénia e a Tanzânia acontecem entre Julho e Outubro, todos os anos. E diz quem já assistiu a este fenómeno impressionante que o melhor local à face da Terra para deleitar o olhar sobre o mesmo é Masai Mara, a reserva natural. A proposta de ir até lá não é propriamente acessível a qualquer bolsa mas é daquelas de sonho. Como se entrássemos no filme África Minha e nos pudessemos cruzar a qualquer instante com Karen Blixen, a personagem interpretada por Meryl Streep, e o aventureiro Denys (Robert Redford). Gostava? Eu adorava. Mas melhor do que tudo isso seria viver esta experiência única. Masai Mara é uma reaprendizagem da vida e de como ela pode ser simples. É olhar para a História comum, e perceber onde errámos para que o mundo se tenha tornado um lugar déspota e, tantas vezes, sem memória. Aprender com tudo isso e melhorar. Além dos cenários maravilhosos, esta é também uma viagem de "reencontro". E como ele é preciso este ano...
8. ''Burning Man', Black Rock City, Nevada, Estados Unidos
Para quem sonha entrar num filme 'Mad Max' ou até 'Blade Runner', este é o local a ir. Burning Man é possivelmente, o mais louco festival do mundo. É muito mais do que música: é cultura, é cenário, é moda, é uma grande 'trip' com o deserto do Nevada em pano de fundo. Acontece todos os anos no final de agosto, na Black Rock City, no estado já mensionado, USA, of course. Só que este ano o festival é digital, ou seja, uma grande seca para quem gosta de emoções ao vivo e a cores e, definitivamente, não virtuais. Por isso, se não quer ter uma experiência "faz de conta" e prefere experimentar aquela poeira toda que envolve os concertos e experiências paralelas, então espere por 2022, compre o bilhete com calma - prepare-se para abrir cordões à bolsa - arranje um guarda-roupa a condizer e entre nesta "wild trip". Pelo menos uma vez na vida vale a pena.