Bem-vindos ao mundo de Paula Amorim. Os planos e estratégias da mulher mais rica e poderosa de Portugal, que se prepara para conquistar Espanha
Conhecida por gostar de manter trancado o seu lado mais privado, Paula Amorim surpreendeu recentemente ao abrir as portas do seu "quase-secreto" monte alentejano à revista 'Hola'. Num claro piscar de olho à elite espanhola, a empresária, de 53 anos, mostra-se como não a costumamos ver e desvenda como são os seus dias de ócio quando está longe dos negócios, ainda que, na verdade, estes estejam sempre no seu pensamento.
O nome e a figura de Paula Amorim estão sempre envoltos numa certa aura de mistério. A empresária, presidente da Galp, herdeira do Império Amorim e fundadora do Grupo Amorim Luxury dá poucas entrevistas, mede com régua aquilo que diz - e mostra - da sua vida privada, preserva o seu espaço e amigos (igualmente poderosos) numa redoma de privacidade, mas, claro, também abre algumas exceções, que normalmente se traduzem num piscar de olho ao país vizinho.
'Dona' da Comporta e com um resort hiper exclusivo prestes a abrir portas naquele reduto alentejano, a empresária, de 53 anos, sabe que os espanhóis são, hoje em dia, os grandes clientes dos Hamptons portugueses, uma vez que a Comporta se afigura, geograficamente, como a praia mais próxima de Madrid.
Por isso, não é certamente à toa que Paula tem aberto um pouco da porta da sua intimidade à impresa aqui do lado, nomeadaente à revista 'Hola!', que recebeu recentemente no Monte alentejano que herdou do pai, a Herdade do Peral, mostrando como redecorou o espaço e contando como gosta de partilhar com os amigos um cantinho que funciona como um refúgio, dos poucos onde pode fazer "absolutamente nada", enquanto o marido, Miguel Guedes de Sousa, prepara os menus para receber os muitos convidados que se juntam por lá.
A empresária é a capa deste mês da 'Hola Living', a publicação especializada em decoração e lifestyle, onde se mostra como não a vemos muitas vezes, abrindo uma fresta da sua vida mais pessoal, numa quinta do coração do Alentejo, com espaços ao ar livre de convívio, campos de ténis, piscina e um interior da casa onde o estilo rústico foi mantido, mas redecorado com conforto.
A entrevista reflete uma tendência dos últimos tempos, na qual Paula Amorim se mostra cada vez mais aberta a Espanha, onde já abriu a primeira loja pop up com a sua marca de roupa e onde tem vários amigos influentes que a ajudam a alavancar os seus negócios em Portugal.
Apesar de os seus próximos investimentos passarem, sobretudo, pelo nosso país - que a empresária já admitiu estar longe de estar esgotado em termos de potencial - a verdade é que Paula também assumiu recentemente que o tipo de turismo a que pretende chegar não é o de massa, mas sim um turista com capacidade de investimento e um poder económico diferente.
"Achamos que há imensas oportunidades em Portugal, que está sem dúvida no radar do turismo e dos investidores. Não há espaço em Portugal para um turismo de massas, não é esse o caminho para o País. É um turismo que consome pouco, gasta pouco e não investe. Portugal deve ser preservado e um turismo de massa não penso que seja o melhor para o País", afirmou, em entrevista a Francisco Pinto Balsemão, onde se orgulha do caminho que tem firmado ao lado do marido, que a fez construir um caminho paralelo aos negócios que já tinha de família, nomeadamente a Corticeira Amorim e a Galp.
"É uma conjugação de duas pessoas: eu e a minha mulher. Eu já tinha a especialização na hotelaria e na restauração e ela na moda e na gestão e queríamos fazer algo único juntos", disse Miguel Guedes de Sousa para definir o que é o Amorim Luxury, cujo projeto mais famoso é o JNcQUOI, que já se expandiu da Avenida da Liberdade para a Comporta, onde o tal turista espanhol a quem Paula pisca o olho a reconhece cada vez mais como uma das novas todas-poderosas de Portugal, cujos negócios refletem esse status-quo.
Em Portugal, além dos espaços de restauração na Avenida da Liberdade, Paula lançou também a seu própria marca de decoração e 2025 poderá ser o ano em que as suas exclusivas villas da Comporta recebem os primeiros hóspedes, que abrem portas aos negócios na hotelaria que agora começa a explorar. O pontapé de saída poderia até já ter sido dado, não tivesse o primeiro hotel que ia inaugurar no ano passado ter ardido num incêndio que destruiu parte do edifício em que estava localizado, na Avenida da Liberdade. Um percalço que não desmoralizou Paula, que dá passos seguros entre a restauração, a hotelaria e as lojas, tudo no seu segmento de eleição: o luxo.
"O meu grupo está muito bem. Evoluímos para além da moda, somos muito fortes na restauração contemporânea, são espaços que podiam estar em qualquer parte do mundo. Não existem projetos à dimensão de Portugal, mas sim projetos global. Quando começámos, diziam-nos que não havia mercado, mas há procura. O meu marido é hoteleiro, tem uma grande experiência internacional na área onde nós estamos e temos revolucionado, demos um input e desenvolvimento muito grande à Avenida da Liberdade", partilhou Paula.