O fantasma de Diana. William revive a maior dor da sua vida numa altura em que a pressão do trono é cada vez maior
Cancro do pai deixa William e Kate cada vez mais próximos do trono, numa altura em que a pressão da sucessão está a causar ansiedade ao herdeiro ao trono. É o momento mais duro para o príncipe de Gales desde que perdeu a mãe, quando tinha apenas 14 anos.
Os últimos anos e, principalmente estes primeiros meses de 2024, trouxeram à tona para o príncipe William memórias que tentou sempre guardar no fundo da gaveta. Os tempos têm sido complicados. E se, por um lado, a guerra com o irmão, Harry, o tem desgastado mais do que poderia imaginar, os dissabores que tem vivido levaram-no a evocar uma e outra vez as memórias da mãe, a princesa Diana. Não as mais doces, que essas têm o condão de o fazer sorrir, mas aquele dia fatídico em que, de férias em Balmoral, na Escócia, ficou a saber que a mãe tinha morrido, num trágico acidente de automóvel.
"A Escócia tem a capacidade de trazer à dona as memórias mais felizes, mas também as mais tristes", já fez saber William, referindo-se, na parte positiva, ao facto de ter sido naquele país que conheceu Kate Middleton e na mais triste, claro, o maior dos pesadelos que viveu com a partida prematura da mãe, com apenas 36 anos.
Foram as alegrias da vida que fizeram com que fosse capaz de suportar a perda. Foi pai três vezes, sempre teve um casamento feliz e tudo corria bem na família até que, há quatro anos, o irmão Harry iria, sem que na altura o soubesse, dar início uma sequência de acontecimentos nefastos para a família real britânica. Foi como que um efeito dominó. Um ano mais tarde, o avô Felipe de Edimburgo, acabaria por falecer, e há um ano foi a rainha Isabel II, o pilar da família, a deixá-los entregues aos seus desígnios.
"A caminhada (atrás do caixão de Isabel II) foi desafiante. Trouxe-me de volta algumas memórias dolorosas", disse William, lembrando o momento que ficaria para a história em que ele e o irmão tiveram de se aguentar firmes nas cerimónias fúnebres da mãe, perante o olhar atento do mundo inteiro.
Depois das importantes perdas para a famíloa, Carlos III foi coroado rei, as coisas com Harry até andavam mais calmas e quando se pensava que os problemas no Palácio iam ser atenuados, uma dupla 'bomba' deixou a 'casa a arder'. No mesmo mês, William ficava a saber que o pai estava a lutar contra um tumor na próstata e que a mulher, Kate Middleton, também está a braços com uma batalha contra o cancro, aos 42 anos.
As duas notícias são absolutamente devastadoras para o príncipe, a quem não é permitido, no entanto, ficar a carpir mágoas. Em casa, desdobra-se em atenções para que nada falte à mulher que ama e, acima de tudo, aos três filhos, George, Charlotte e Louis, com o príncipe a tentar manter a maior normalidade possível dentro das quatro paredes. Mas por outro lado, há a situação do pai, com tudo o que isso implica. O cancro de Carlos III, aos 75 anos, veio colocar o tema da sucessão em cima da mesa, e são cada vez mais as vozes de especialistas que falam sobre a possibilidade, mais breve do que aquilo que se possa imaginar, de William e Kate Middleton poderem ser coroados reis de Inglaterra.
"Temos de ser claros numa coisa: qualquer que seja o prognóstico em relação ao rei, a verdade é que ele tem 75 anos e está a lutar contra um cancro", alertou a biógrafa real Tina Brown, adiantando que, num momento particularmente difícil, William tem ainda de lidar com a pressão da sucessão e do trono. "O que as pessoas ainda não pensaram é que a situação clínica do rei deixa William e Kate muito mais próximos do trono. E isso é mais do que aquilo com que eles conseguem lidar neste momento. Tem sido numa enorme pressão."
William vive, portanto, num misto de sentimentos entre estar ao lado da mulher e do pai durante a mais dura batalha das suas vidas e não falhar para com os súbditos britânicos e manter a frieza necessária neste tipo de situações, para o qual sempre foi treinado durante toda a vida.
Mas é aqui, dizem, que entra também o legado de Diana e o coração sempre à frente dos deveres reais e é muito isso aquilo que tem sido visto, com William a não deixar a cabeceira de Kate, de quem se mostra muito orgulhoso pela forma como está a enfrentar a doença.
E é também neste momento que William sente, mais do que nunca, a falta da avó que era uma agregadora da família e sabia sempre o que fazer perante as situações mais difíceis. Isabel II ainda viu o neto Harry virar-lhe costas, mas já não assistiria à sequência de doenças na família, que só fica completa com Sarah Ferguson, também a lutar contra um cancro.
Com os próximos tempos a preverem-se difíceis, resta para a família mais querida dos britânicos acreditar que, demore o tempo que demorar, tudo acabará por ficar bem.