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Sandra Felgueiras quebra silêncio sobre a mãe, Fátima Felgueiras, e defende que esta continua "a ser culpada por crimes que não cometeu"

Acredita na justiça, trabalha para que está seja feita e não teme denunciar seja quem for no seu programa, 'Investigação Sábado', na CMTV, onde dá seguimento ao trabalho que desenvolveu anos a fio na RTP. Em declarações polémicas, Sandra fala as polémicas que viveu, o novo projeto e a mãe, "uma mulher à frente do seu tempo", justifica.
09 de junho de 2022 às 22:38
Sandra Felgueiras Foto: Cofina Media
Sandra Felgueiras Foto: Cofina Media
Sandra Felgueiras Foto: Cofina Media
Sandra Felgueiras Foto: Cofina Media

Vamos voltar atrás, ao final dos anos 90, início de 2000. Fátima Felgueiras era autarca da cidade com o seu apelido. Era conhecida por dizer o que queria, não "servir senhores", fossem eles quem fossem. Mudou Felgueiras no que toca a infraestrutras mas, depois de obra feita, via-se envolvida num processo que ficou famoso até hoje, de seu nome "Saco Azul". Fátima foi acusada de "20 crimes de peculato, corrupção, participação económica em negócio, prevaricação, administração danosa, abuso de poder e fraude fiscal", no âmbito de um alegado esquema de financiamento ilegal da secção local do PS. "Foi totalmente absolvida mas, para muita gente, no nosso país, ela continua a ser culpada de crimes que nunca cometeu".

Fátima Felgueiras quando foi absolvida Foto: Cofina Media
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Quem o garante é a filha, Sandra Felgueiras, 45 anos, diretora da revista Sábado, jornalista de investigação há muitos anos. Sandra que, ainda menina assistiu a todo o processo judicial que envolveu a mãe, que a viu ser expulsa do partido que representava, enfrentar os tribunais e sair do país, regressado ao local onde nasceu, o Brasil. Viu tudo e jurou que faria o que fosse nacessário para que a justiça vencesse sempre. Foi assim que foi parar ao jornalismo, foi por isso que montou uma equipa de investigação, ainda no 'Sexta às 9', da RTP, e foi por isso que aceitou o desafio da Sábado e da CMTV para dar continuidade ao seu trabalho "de coração" ali.  

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Mas voltemos à mãe, que às mudanças de casa já lá vamos. 

Em entrevista à Máxima, Sandra Felgueiras fala, sem pudores do que viu, ainda adolescente e como tirou as suas conclusões. "Eu vejo-a [Fátima Felgueiras] como uma mulher à frente do seu tempo, sobretudo no lugar onde vivia. Nunca lhe perdoaram isso. A minha mãe passou as passas do Algarve para provar a sua inocência", recorda nessa entrevista na qual não teme apontar o dedo aos homens. "Eu bem via a hostilidade latente que existia por ser mulher", recorda. "Nos anos 80, só havia homens na Política, mas a minha mãe era uma lutadora, fazia coisas na cidade, coisas que nunca lá tinham existido como as piscinas ou o British Council, que foi ela a levar para lá", continua justificando que "machismo" pode ser algo não verbalizado que se percebe nas atitudes. "Está mais nos gestos e nas atitudes do que nas palavras. Eu vi isso desde muito cedo quando a minha mãe foi Presidente da Câmara".

Fátima Felgueiras com a filha Sandra Felgueiras Foto: Cofina Media
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A verdade é que a experiência vivida pela mãe e sentida pela filha ao longo de anos de luta e afastamento familiar, fizeram de Sandra Felgueiras a profissional que é hoje. "Com a minha mãe aprendi que ninguém domina pelo medo", admite. "Hoje considero-me uma boa líder porque procuro exercer aquilo a que se chama inteligência emocional. Os homens tendem a liderar de outra forma  porque eventualmente são mais pragmáticos, as mulheres olham com mais profundidade para o que se passa com os membros das suas equipas". E conclui: "nós pensamos de forma diferente e para muitos homens essa forma é pior do que a deles, mesmo que não o digam".

A MUDANÇA DE CASA E O PROJETO 'INVESTIGAÇÃO SÁBADO'

"Quando estamos durante 22 anos numa casa, é como se essa casa fosse a nossa família", diz Sandra à Máxima. A jornalista refere-se, evidentemente à RTP onde cresceu e marcou uma posição graças ao seu 'Sexta às 9'. Só que, como qualquer "casamento", este também sofreu uma crise - que, no caso, acabou mal. "Havia um desinvestimento muito grande no jornalismo de investigação e eu senti que era preciso dar um passo em frente, para mim e para aqueles que me acompanhavam".

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Após desentendimentos públicos com a direção da estação pública, Sandra mudou-se para a Cofina, mais exatamente para a Sábado, onde é atualmente diretora. "Já criei o grupo de investigação Sábado, se quisermos uma extensão do Sexta às 9, um produto jornalístico puro e duro, exibido em prime time na CMTV, que advém de trabalho próprio que fazemos para a revista", conta, efusiva. "Aqui, como aconteceu na RTP, o nosso objetivo é ajudar a corrigir as injustiças que perduram, até porque a justiça é lenta, muitas vezes não chega em tempo útil de fazer as pessoas saírem dos becos sem saída em que se vêem enredadas". 

Sandra Felgueiras Foto: Instagram
Sandra Felgueiras Foto: Instagram
Sandra Felgueiras Foto: Instagram
Sandra Felgueiras Foto: Instagram
Sandra Felgueiras Foto: Instagram
Sandra Felgueiras Foto: Instagram
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