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Uma herança envenenada! A difícil e dolorosa subida ao trono de Carlos III

O filho mais velho de Isabel II cumpriu finalmente o destino que lhe foi traçado ao nascer: tornar-se rei de Inglaterra. Aquele que teve 73 anos para se preparar para tão espinhoso desígnio, nunca escondeu a vontade de ser coroado, Só não imaginava (nem imagina) o caminho difícil que terá de percorrer para chegar ao patamar que a sua mãe deixou vago. Será que vai conseguir? O seu pai, o príncipe Philip, sempre duvidou das capacidades de Carlos.
Por Ana Cristina Esteveira | 06 de outubro de 2022 às 23:22
Príncipe Carlos Flash
Príncipe Carlos Flash
Príncipe Carlos com os filhos Foto: Cofina Media
Príncipe Carlos com os filhos Foto: Cofina Media
Príncipe Carlos, Camila Foto: Instagram
Príncipe Carlos na igreja Jesus House, em Londres Flash
O príncipe Carlos e Camilla Foto: Instagram
Príncipe Carlos, Camilla Parker Bowles Foto: Getty Images
Rainha-mãe, príncipe Harry, príncipe William, príncipe Carlos Foto: Getty Images
Letizia e o príncipe Carlos Foto: Twitter Casa Real de Espanha
Príncipe Carlos Foto: Cofina Media
Príncipe Carlos Flash

"The queen is dead, long live the king [A rainha morreu, longa vida ao rei]", foi isto que se ouviu por todo o Reino Unido mal se soube da morte da rainha Isabel II. A proclamação do novo rei foi instantânea, pois não era segredo para ninguém quem sucederia à mulher que esteve 70 anos sentada num dos tronos mais importantes e tradicionais do mundo inteiro.

Carlos, o primogénito, nasceu com o destino marcado: um dia seria rei de Inglaterra. Foi uma longa caminhada até que se concretizasse o seu desígnio de vida, mas a verdade é que se a espera foi longa, doravante o percurso do novo monarca adivinha-se espinhoso, pois as comparações com a sua falecida mãe serão constantes e permanentes. Carlos III vai ter de trabalhar o dobro, o triplo até... para poder aproximar-se do nível de popularidade da antiga monarca. Por tudo isso, não estaremos a exagerar se dissermos que esta é uma espécie de herança envenenada deixada pela sua tão "querida e amada mamã".

Carlos não terá vida fácil e o seu reinado é visto como um reinado de transição. Uma perspetiva pouco animadora para quem tanto sonhou com a coroa e com o ceptro.

Carlos não terá vida fácil e o seu reinado é visto como um reinado de transição. Uma perspetiva pouco animadora para quem tanto sonhou com a coroa e com o ceptro.

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No primeiro discurso que fez como rei, prometeu continuar o legado de Isabel II pelo que as analogias entre ele e a mãe não se farão esperar e dificilmente Carlos III sairá vencedor neste duro confronto. Especialmente porque dele foi criada uma imagem de fraqueza. É do conhecimento comum que o duque de Edimburgo sempre duvidou das capacidades de liderança do filho mais velho. Deu ao primogénito uma educação muito mais rígida do que deu aos outros três filhos, pois como disse em diferente ocasiões: "Quero que ele seja um homem de homens". Por causa da exigência paterna, o atual rei terá rdesenvolvido uma baixíssima autoestima e a relação entre eles nunca terá sido muito pacífica e, muito menos, terá sido marcada pela ternura e pelo colo. O jovem príncipe terá crescido  "intimidado" pela "personalidade autoritária" do pai. Quem o garante é Jonathan Dimbleby que escreveu uma biografia de Carlos  Windsor em 1994.

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A SOMBRA DA RAINHA ISABEL II

O atual rei de Inglaterra cresceu rodeado de atenções, mas sem o carinho dos pais. Isabel II, provavelmente instruída pelo marido, também nunca se terá mostrado uma mãe afetuosa para não "estragar" o filho que tinha a missão de a suceder. "O príncipe Philip é direto, franco, sincero, duro e algo bully. E não tem paciência para a profundidade do filho. A sensibilidade não é uma das qualidades que ele espera de um homem, e embora ele tenha, sem dúvida, um grande afeto pelo príncipe Carlos, passou a vida a criticá-lo e discretamente, a enfraquecer a sua auto-estima", garante Penny Junor no livro de Tim Clayton, 'Diana: Story of a Princess'. Mas uma prima de Philip. Patricia, defende-o no mesmo livro: "Estava a tentar ajudar o Carlos a desenvolver personalidade, sabendo a vida que o esperava". O duque de Edimburgo não terá escondido a sua deceção por o fllho mais velho mostrar-se mais artístico e intelectual do que atlético. 

O atual rei de Inglaterra cresceu rodeado de atenções, mas sem o carinho dos pais. Isabel II, provavelmente instruída pelo marido, também nunca se terá mostrado uma mãe afetuosa para não "estragar" o filho que tinha a missão de a suceder. "O príncipe Philip é direto, franco, sincero, duro e algo bully. E não tem paciência para a profundidade do filho. A sensibilidade não é uma das qualidades que ele espera de um homem, e embora ele tenha, sem dúvida, um grande afeto pelo príncipe Carlos, passou a vida a criticá-lo e discretamente, a enfraquecer a sua auto-estima", garante Penny Junor no livro de Tim Clayton, 'Diana: Story of a Princess'. Mas uma prima de Philip. Patricia, defende-o no mesmo livro: "Estava a tentar ajudar o Carlos a desenvolver personalidade, sabendo a vida que o esperava". O duque de Edimburgo não terá escondido a sua deceção por o fllho mais velho mostrar-se mais artístico e intelectual do que atlético. 

Carlos III e Camila Foto: Cofina Media
Carlos III e Camila na cerimónia de velório da rainha Isabel II Foto: Cofina Media
Rainha Camila Foto: Cofina Media
Camilla nas homenagens a Isabel II Foto: Cofina Media
Camilla nas homenagens a Isabel II Foto: Cofina Media
Camilla nas homenagens a Isabel II Foto: Cofina Media
Camilla e Carlos III Foto: Cofina Media
Rainha Camilla Foto: Cofina Media
Camilla nas homenagens a Isabel II Foto: Cofina Media
Camilla e Carlos III nas homenagens a Isabel II Foto: Cofina Media
Camilla e Carlos III Foto: Cofina Media
Camilla nas homenagens a Isabel II Foto: Cofina Media
Camilla e Carlos III Foto: Cofina Media
Camilla e Carlos III nas homenagens a Isabel II Foto: Cofina Media
Camilla, Kate, Sophie e Meghan nas homenagens a Isabel II Foto: Cofina Media
Camilla e Carlos III nas homenagens a Isabel II Foto: Cofina Media
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Como se percebe, a infância marcada pela ausência do afeto dos pais e a constante exigência paterna fizeram com que Carlos crescesse a não acreditar que algum diria seria um rei ao nível da dedicação e entrega da sua mãe. Ainda hoje, o atual rei parece viver à sombra do carisma materno pelo que lhe será certamente muito díficil revelar a sua verdadeira personalidade e de levar a cabo medidas e políticas que sejam mais afastadas da forma de atuar de Isabel II. Em vez de inovar, os especialistas acreditam que o novo monarca de Inglaterra tentará seguir as pisadas da mãe. Não estará à altura de operar uma reforma necessária na monarquia que, para parte dos ingleses, já faz pouco ou nenhum sentido no mundo moderno. Optará pelo seguro, dizem os mesmos especialistas, uma vez que a sua insegurança foi construída ao longo de uma vida. Não deixa de ser curioso que um homem que esteve 73 anos - sim, porque foi desde o nascimento - a preparar-se para este momento, tenha tantos medos e angústias. Pior, que se deixe tolher pela excecional credibilidade da mãe. Credibilidade essa que foi, e ainda é, o pilar que sustém a monarquia nos dias de hoje.

REINADO MARCADO PELO SÉRIO DILEMA 

Carlos III encontra-se numa séria encruzilhada. "Se optar por repetir apenas e só o estilo de Isabel II, passará a impressão de que a monarquia é inflexível e está a agonizar", alerta Eoin Devlin, diretor do departamento de História da Universidade de Cambridge. Mas por outro lado, também não se poderá afastar (mesmo que quisesse ou tivesse essa capacidade) da linha condutora do reinado da mãe. Será importante, manter as regras estabelecidas: "A força da monarquia britânica está precisamente assente na sua pompa, mística e rituais, fatores que despertam apelo emocional e interesse", diz, por sua vez Lawrence Goldman, historiador da Universidade de Oxford.

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REINADO MARCADO PELO SÉRIO DILEMA 

Carlos III encontra-se numa séria encruzilhada. "Se optar por repetir apenas e só o estilo de Isabel II, passará a impressão de que a monarquia é inflexível e está a agonizar", alerta Eoin Devlin, diretor do departamento de História da Universidade de Cambridge. Mas por outro lado, também não se poderá afastar (mesmo que quisesse ou tivesse essa capacidade) da linha condutora do reinado da mãe. Será importante, manter as regras estabelecidas: "A força da monarquia britânica está precisamente assente na sua pompa, mística e rituais, fatores que despertam apelo emocional e interesse", diz, por sua vez Lawrence Goldman, historiador da Universidade de Oxford.

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Mas não é só o peso de suceder a uma mulher como Isabel II que é maior calcanhar de Aquiles de Carlos. Também o tempo conspira contra Carlos III. Ele não terá muito tempo para mostrar o seu valor. Pelo menos, não terá os 70 anos que teve a sua mãe para se impor. A questão é saber se terá a capacidade e o tempo para conquistar a admiração e o respeito dos súditos, uma vez que a sua imagem nunca foi a mais mediática da família real.

Ainda hoje, o filho Wiliam, o atual príncipe de Gales, é muito mais consensual e querido pelo povo. Parte dessa pouco empatia de Carlos aos olhos dos britânicos deve-se aos muitos escândalos que marcaram o seu passado, mas sobretudo pelo desfecho do seu casamento com Diana. Não esquecem nem desculpam que o então príncipe de Gales tenha trocado Lady Di por Camilla Parker-Bowles, a atual rainha consorte. Outro desafio que se coloca ao novo rei é como vai conseguir gerir a crise criada pelo filho mais novo, Harry, e a nora, Meghan Markle. 

Ainda hoje, o filho Wiliam, o atual príncipe de Gales, é muito mais consensual e querido pelo povo. Parte dessa pouco empatia de Carlos aos olhos dos britânicos deve-se aos muitos escândalos que marcaram o seu passado, mas sobretudo pelo desfecho do seu casamento com Diana. Não esquecem nem desculpam que o então príncipe de Gales tenha trocado Lady Di por Camilla Parker-Bowles, a atual rainha consorte. Outro desafio que se coloca ao novo rei é como vai conseguir gerir a crise criada pelo filho mais novo, Harry, e a nora, Meghan Markle. 

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Pelo exposto, Carlos não terá um reinado fácil e dificilmente fará grande história. Pelo menos, uma história que se equipare, nem de longe nem de perto, à da rainha Isabel II. Contudo, espera-se que o rei saiba abrir caminho ao filho William. E no príncipe de Gales que os ingleses mais acreditam e é nele que depositam todas as esperanças que consiga transformar a monarquia, uma instituição pesada, gastadora e ultrapassada, e a torne mais adequada aos tempos modernos. Com Kate Middleton a seu lado. 

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