A poucos dias do início do campeonato, Cristiano Ronaldo não foi ainda bem-sucedido na sua tentativa de sair do Manchester United, procurando um destino que o permita disputar a Liga dos Campeões e nesta semana voltou a protagonizar um episódio controverso.
Se os comentários que fez a várias publicações nas redes sociais que tocavam no seu nome, rindo-se de uma ação de adeptos do Atlético de Madrid opostos à sua contratação ou os ataques à imprensa pelas notícias que saíram sobre si já denotavam uma alteração na sua conduta, as atitudes relativas à dimensão desportiva já estão a ter consequências na sua relação com os adeptos.
A ausência da 'Champions' e a vontade que partilha com Georgina Rodríguez de sair da cidade na qual passou um dos momentos mais trágicos da vida, com a perda de um dos gémeos durante o parto poderão ser os motivos que mais pesam na cabeça do craque madeirense e o deixem reticente em relação a uma possível continuidade.
O intensificar das polémicas, aliás, poderá indicar que Cristiano Ronaldo esteja a aproximar-se de um paradigma no qual esteja disposto a tudo para mudar de ares, incluindo um regresso a Portugal e ao clube onde se formou e que até tem uma academia com o seu nome, o Sporting.
O PRIMEIRO PUXÃO DE ORELHAS DO TREINADOR
O futebolista português foi titular no último amigável do Manchester United, que opôs o emblema inglês aos espanhóis do Rayo Vallecano, numa equipa composta principalmente por jogadores que necessitavam de ganhar ritmo com vista aos jogos a doer. O facto de se encontrar nesta situação deve-se a ter preferido refugiar-se em Lisboa, alegando motivos familiares, durante as digressões do clube.
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Ao intervalo, o treinador Erik ten Hag optou por trocar vários jogadores e Cristiano Ronaldo foi um dos preteridos. Aí optou por abandonar de imediato as premissas do estádio e não se escapou de levar um puxão de orelhas por parte do novo técnico do clube, tal como outros colegas – entre os quais Diogo Dalot.
"Não apoio isto. É inaceitável. Para todos. Somos uma equipa e temos de ficar até ao fim", referiu Ten Hag ao canal neerlandês Viaplay. Também entre uma porção considerável dos adeptos do United estas têm sido atitudes que caíram mal, com vários a manifestarem-se nas redes sociais contra a conduta de um jogador que entendem estar a prejudicar os interesses do clube em prol dos seus.
FICAR OU INSISTIR?
Ao mesmo tempo, não existem indicações por parte do Manchester United de que os ‘red devils’ queiram abrir mão do capitão da seleção portuguesa, não vendo quaisquer benefícios nesse desfecho, daí que Jorge Mendes tem sido obrigado a esforços redobrados na procura de um novo clube para Cristiano Ronaldo, que incluam termos que sejam interessantes para todas as partes envolvidas, manobra que já envolveu até uma diminuição das suas exigências salariais.
Por este motivo, o nome do Sporting voltou a surgir como um cenário possível, ainda que seja especialmente desafiante na dimensão financeira, dado que nenhuma clube português está em condições de pagar salários ao nível dos clubes da elite europeia. Não só o protagonismo que CR7 teria em Alvalade seria incomparável às outras hipóteses colocadas em cima da mesa até agora, como seria uma movimentação vista com bons olhos no mundo do futebol por se tratar de um regresso ao clube de formação. Por fim, haveria a possibilidade de disputar a fase de grupos da Liga dos Campeões, algo que não acontecerá no Manchester United.
Durante alguns dias, esta associação aos 'leões' chegou mesmo a subir de tom, com publicações desportivas internacionais, a exemplo do ‘Tuttosport’ de Itália, a referirem que Ronaldo teria começado a ficar convencido de que seria o melhor passo para a sua carreira. Por outro lado, uma ida para a liga portuguesa retiraria Cristiano Ronaldo da elite das ligas de topo do futebol, algo que poderá ser um obstáculo à sua vontade, em comparação com hipóteses como Chelsea ou Atlético de Madrid, que continuam a constar dos habituais rumores de verão.
Facto é que, este domingo, o Manchester United defronta o Brighton na jornada de abertura do campeonato inglês e, caso acabe por ficar no clube, sabe que deverá partir atrás dos colegas, que já ficaram durante o verão familiarizados com os métodos do treinador.
