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É o tudo ou nada na reta final. Vídeo alerta para fragilidade extrema de Betty e vai ser usado como arma na guerra em tribunal

Aos 96 anos e com uma saúde cada vez mais débil, Betty poderá não ter o mesmo tempo que a Justiça portuguesa, onde o processo de violência doméstica se arrasta sem conhecer grandes avanços. Numa luta contra o tempo, o filho da americana ergue esforços para resolver todas as questões judiciais com Castelo Branco, numa guerra que vai muito além da queixa por maus-tratos e na qual, inevitavelmente, o tema da herança está em cima da mesa. Entre as batalhas e os jogos de bastidores, foi gravado um novo vídeo em que a americana quebra o silêncio sobre a violência e que será usado em tribunal para memória futura. Entenda tudo o que está em jogo.
Rute Lourenço
Rute Lourenço
01 de julho de 2025 às 20:18
Roger Basile; Betty Grafstein, José Castelo Branco

O vídeo partilhado ao longo dos últimos dias não deixa de ser impressionante. Sem conseguir controlar o tremor nas mãos, ao mesmo tempo que segurava um exemplar de um jornal para mostrar que se tratava de um depoimento atual, Betty, 96 anos, dirertamente do lar onde se encontra a residir em Nova Iorque, reforçava a veracidade das alegações do processo de violência doméstica que decorre na Justiça portuguesa sem grandes avanços, há mais de um ano.

"Não sei porque é que fiquei tanto tempo com o José. Ele deu-me tantos murros na cabeça que fui uma idiota por ficar com ele. Acho que tive medo... Fui uma tola, não fui esperta. Fui apanhada numa armadilha, infelizmente", disse para lamentar o tempo que passou com o português e, pela primeira vez, dar voz ao drama da violência doméstica

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Betty Grafstein

Antes disso, anunciava que o vídeo era uma espécie de comunicado para o ainda marido, como resposta ao facto de Castelo Branco ter, alegadamente, dito que Betty se encontraria sozinha e sem amigos.

"Isto é um pequeno comunicado para o José Castelo Branco, que diz que não estou muito bem, que estou incoerente, que ninguém me vem ver, que estou completamente fora de mim, o que não é verdade. Tenho muitos, muitos amigos que me vêm ver. Muitas pessoas que eu conheço podem confirmar isso."

O vídeo, divulgado em primeira instância pela antiga agente de José Castelo Branco, Luciana Lima, e mais tarde por David Motta - que era muito amigo da americana e do socialite, mas entretanto cortou relações com o português - vem relançar o debate público sobre o caso de violência doméstica e também chamar a atenção para o estado de extrema fragilidade de Betty, nos seus 96 anos, o que poderá ter servido de motivação à gravação do mesmo, uma vez que, até ao momento, não havia nenhum depoimento da socialite sobre a violência, já que, quando estava no hospital em Portugal, esta se recusou a falar sobre o assunto, quando questionada oficialmente.

Mas será que as imagens podem ser utilizadas como prova no processo em tribunal? A 'The Mag' entrou em contacto com Carlos Anjos, presidente da Comissão de Proteção de Apoio às vítimas de violência doméstica e antigo inspector-Chefe da Polícia Judiciária, que admitiu que o vídeo "tem interesse" para o processo que decorre na Justiça, ainda que com as devidas limitações, uma vez que carece de contraditório, nomeadamente das perguntas do advogado de José Castelo Branco, que em tribunal poderá questionar com que intuito foi gravado este vídeo, em que circunstâncias e se não terá havido tentativa de manipulação na gravação das imagens.

Entre as questões que, inevitavelmente, vão surgir, há outras que se prendem com os jogos de interesses em torno de Betty, e que a dada altura a tornam numa personagem secundária nesta narrativa face àqueles que se afirmam como os grandes protagonistas da história: José Castelo Branco e Roger Basile.

É inevitável que, com o tema da herança em cima da mesa, o tempo urja para ambas as partes: se de um lado temos um José Castelo Branco que, à data ainda casado com Betty - mesmo que o processo de divórcio decorra na Justiça - se poderia afirmar como legítimo herdeiro da fortuna da mulher, do outro lado está o filho de Betty que, após anos de afastamento, volta a estabelecer laços com a mãe nos seus últimos anos de vida, tentando a todo o custo evitar que o dinheiro de família vá parar às mãos erradas.

Betty Grafstein e José Castelo Branco
Betty Grafstein e José Castelo Branco Foto: Medialivre

Nesse sentido, todos os esforços estão a ser erguidos: o palacete de Sintra já passou para o nome de Roger a título de doação, sendo que a ideia será delapidar em vida a fortuna da mãe para evitar situações limite, uma vez que o divórcio teima em não sair e sem o papel assinado, para todos os efeitos, Castelo Branco continua a poder exigir parte do património de Betty.

"DEPOIMENTO PODE SER TERAPÊUTICO"

Durante muito tempo, Betty manteve-se em silêncio e, quando questionada, ainda em Portugal, se queria fazer declarações no âmbito do processo de violência doméstica, a socialite recusaria falar em sede oficial. Mais de um ano volvido, surge agora um vídeo em que a americana fala pela primeira vez dos maus-tratos que sofreu. 

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'Eles podiam ter avisado o José': Daniel Nascimento sobre luz ter sido cortada na casa de José Castelo Branco

E pese embora as diversas leituras que a publicação das imagens podem ter nesta altura, contactada pela 'The Mag', a psicóloga Sílvia Botelho e comentadora do programa 'Noite das Estrelas', da CMTV, não tem dúvidas de que esta nova abertura, por parte de Betty, é salutar. "Ela tem aqui muito apoio das pessoas que têm carinho por ela e ao sentir-se num ambiente seguro, sente-se mais à vontade para falar de temas potencialmente traumáticos. Não nos podemos esquecer que ela é uma senhora muito virada para o social e que durante muitos anos quis sempre aparentar uma imagem positiva, de alguém que estava bem. Agora, as coisas mudaram e ela já se sente segura em partilhar aquilo que sente, o que é terapêutico", disse a psicóloga, que acompanha muitas vítimas de violência doméstica, e não tem dúvidas de que falar sobre o que se passou é um passo muito importante da terapia.

Sílvia Botelho
Sílvia Botelho

Ao visualizar as imagens, a profissional consegue auferir que Betty se encontra aparentemente "lúcida", apesar da debilidade que o vídeo sugere.

"Aqui temos o vídeo de uma senhora que já se encontra em idade avançada, debilitada e muito cansada e que parece que estar lúcida. Do ponto de vista neurológico, tem ali as mãos que tremem muito, mas isso em nada tem a ver com questões psicológicas", admite, num ponto de vista que vai de encontro àquele que os médicos da CUF traçaram quando observaram Betty ainda em tribunal.

Apesar da abertura, Sílvia Botelho alerta, no entanto, que o caso poderá mudar de figura se Betty for exposta a um testemunho oficial, por exemplo, em tribunal. "Se calhar num contexto de tribunal ou mais intimidatório, em que possam pôr em causa aquilo que ela está a dizer, poderá sentir-se um pouco mais ansiosa e poderá não ser tão bom."

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