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Ela é quem toma conta de Lula! Quem é Janja, a mulher do presidente, que também quer um lugar no governo

Janja Lula de Silva abre as portas da residência oficial do presidente brasileiro para revelar quais são as áreas do governo em que vai contribuir e para falar do "jogo às vezes de intriga, às vezes de ataque" que já nota à volta.
Amarílis Borges
Amarílis Borges
12 de janeiro de 2023 às 22:48
Janja da Silva
Janja da Silva
Janja da Silva
Janja da Silva
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Janja da Silva
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Janja e Lula da Silva
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Janja e Lula da Silva
Janja e Lula da Silva
Janja e Lula da Silva
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Janja e Lula da Silva
Janja da Silva
Janja da Silva
Janja da Silva
Janja da Silva
Janja da Silva
Janja e Lula da Silva
Janja e Lula da Silva
Janja e Lula da Silva
Janja e Lula da Silva
Janja e Lula da Silva

"Quando eu preciso falar [com Lula da Silva], eu sou inteligente, eu ligo para a Janja, aí é rápido", declarou o vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, em dezembro à Globonews, a dar sinais do barulho que já existia à volta há vários meses. A mulher do novo presidente brasileiro tinha um papel fundamental na estratégia de Lula para regressar ao Palácio do Planalto. Mas e agora, depois da posse, da mudança de uma nova família de poder na capital brasileira e da tentativa de golpe em Brasília, qual é o papel de Janja?

Para início de conversa, a socióloga Rosângela da Silva, de 56 anos, não é grande fã do título de primeira-dama e já estabeleceu que nas situações protocolares será chamada de "Janja Lula da Silva, esposa do presidente Lula [...] Até ao momento que não seja preciso mais colocar o aposto". Em outras situações é mesmo só "Janja", sem o "dona".

Ao chegar no Palácio do Alvorada, a residência oficial do presidente brasileiro, na semana passada, uma das primeiras coisas que Janja fez foi chamar a rede Globo para filmar o estado de deterioração em que a família do ex-presidente, Jair Bolsonaro, deixou no edifício património do Estado, com infiltrações, vidros partidos, madeira do chão quebrada e obras de arte desaparecidas ou em lugares desajustados - como um quadro que ficou a apanhar sol e terá de ser restaurado. Isso fruto apenas do descuido da família Bolsonaro, antes da tentativa de golpe de 8 de janeiro.

"Não vou ficar em casa, não vou ficar aqui neste espaço [no Alvorada], vou cuidar muito bem dele, com muito amor e carinho, isso a população brasileira pode ter certeza. Mas eu vou trabalhar também porque está no meu gene. Essas duas áreas - mulheres e Cultura - são as que eu quero atuar com mais força", disse a socióloga que casou com Lula no ano passado.

Para Janja ainda não há um lugar formado, "se é uma articuladora, se é uma fomentadora daqueles temas" ainda não sabe, referiu. O que é certo é que ela quer deixar "a marca de uma mulher que esteve presente nesse governo, que esteve presente ao lado do presidente, que caminhou com ele, trilhou com ele esses quatro anos, que não se limitou à sombra mas que estava ali desfrutando desse momento que o Brasil vai viver de reconstrução, que estava ali contribuindo".

Pode parecer simples, mas Janja chega a Brasília seis anos depois da "bela, recatada e do lar", o título da revista 'Veja' para o perfil de Marcela Temer, mulher de Michel Temer, o vice-presidente de Dilma Rousseff que articulou o processo de impeachment contra a ex-presidente. Marcela entregou a chave do gabinete da primeira-dama a Michelle Bolsonaro, que repetiu o papel à sombra do marido, sendo convocada quando era preciso limpar a imagem de Bolsonaro após as muitas declarações machistas.

Ao longo da entrevista com Janja, a jornalista questiona se ela está "preparada para ser alvo" num espaço de intrigas e ciúmes, quase em jeito de aviso. "Estou preparada", garantiu Janja.

"Conviver com o presidente Lula é sempre este desafio. Porque, antes de ser presidente, ele tem essa coisa que emana o poder, é um grande líder mundial, então o entorno dele também sempre teve esse jogo às vezes de intriga, às vezes de ataque. Eu resolvi que não vou me incomodar com isso. Acho que há coisas muito mais importantes para a gente pensar", disse. "Tenho muito a contribuir com o meu marido, não só na questão pessoal, de deixá-lo sempre confortável para ele estar bem para exercer a presidência [...], como também contribuir do lado dele lá no [Palácio do] Planalto, nas coisas que ele precisar de mim, no governo, naqueles temas que eu já falei, que para mim são importantes e que eu trabalhei a minha vida profissional inteira".

Janja não é a primeira mulher que chega ao Alvorada com vontade de contribuir no governo. A antropóloga Ruth Cardoso, mulher de Fernando Henrique Cardoso, que morreu em 2008, era uma académica conhecida no Brasil quando chegou a Brasília. Ela também detestava o título de primeira-dama e escolheu um caminho que até Lula tem a agradecer. 

Ruth presidiu o programa Comunidade Solidária, assinado no primeiro ano do governo do seu marido, de erradicação da fome. O programa serviu de base e foi ampliado em 2003 como o famoso Fome Zero de Lula. 

A PONTE PARA O MEIO ARTÍSTICO

Quem acompanhou a política brasileira nos últimos meses viu o toque de Janja em momentos históricos. A cena do povo brasileiro a subir a rampa do Planalto para entregar a faixa presidencial a Lula da Silva, na ausência do presidente que negou o resultado das urnas, foi coordenada pela socióloga. 

"Amor, acho que o povo brasileiro tem que passar a faixa. Vai ser muito importante, simbólico, a gente vem de um governo totalmente distante do povo, que fez tudo o que fez, o desmonte, as mortes da covid, o feminicídio, tudo isso", recordou Janja sobre a construção do momento que vai ficar na História.

Toda a cerimónia de posse foi coordenada por Janja, até os momentos que ela admite ter causado incómodo. "A minha dificuldade na organização da posse é com um protocolo rígido. Vou contar uma coisa para vocês que sempre me incomodou neste documento: o decreto da posse é de 1972, ou seja, um decreto formulado na ditadura militar. Então é uma posse toda militarizada", contou naquela entrevista. 

Janja também criticou o momento do presidente no carro presidencial aberto. "O Rolls Royce não representa o povo brasileiro em nada. Era um paradoxo", sublinhou. Mas a equipa tentou "arduamente encontrar um outro carro aberto" sem sucesso e teve de ceder ao que já estava no protocolo.

Durante a campanha para as eleições, Janja foi o principal canal com os influenciadores digitais e com a classe artística e isso se viu depois no Festival do Futuro, que aconteceu no dia da tomada de posse na Esplanada dos Ministérios com 150 artistas que subiram ao palco ao longo de todo o dia 1 de janeiro e da madrugada do dia 2.

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