
As declarações soaram, para muitos, a despropositadas e lançaram o debate sobre o tema da amamentação. Durante uma entrevista à TSF, a ministra do Trabalho lançou uma onda de suspeita sobre as mulheres, sugerindo haver muitas que amamentam até à Primária só para terem direito ao horário reduzido aplicado nestes casos.
"Acho difícil de conceber que depois dos 2 anos uma criança tenha que ser alimentada ao peito durante o horário de trabalho. Isso quer dizer que se calhar não come mais nada, o que é estranho. Nada impede que uma criança com dois anos, ou três, ou quatro, ou o que seja, seja amamentada de manhã e à noite. Agora, com certeza, ela deve comer sopa, deve comer outras coisas. O que, mais uma vez eu volto a dizer, o exercício adequado de um direito, não deve confundir-se com o exercício abusivo desse mesmo direito. E, infelizmente, também temos conhecimento de muitas práticas em que, de facto, as crianças parecem que continuam a ser amamentadas para efeitos de dar à trabalhadora um horário reduzido, que é duas horas por dia que o empregador paga, até andarem na escola primária", afirmou Maria do Rosário Palma Ramalho, de 64 anos.
Há muito que uma afirmação em contexto político não gerava tanta celeuma. De repente, as redes sociais encheram-se de partilhas de quem achava completamente sem sentido as afirmações da ministra, principalmente por estas se terem baseado num 'diz que diz', não havendo números concretos que as sustentassem.
Pelos piores motivos, o caso chamaria também a atenção para a mulher que tem a pasta do Trabalho. Quem era, afinal, Maria do Rosário Palma Ramalho, a mulher que revelava a vontade de dar um passo atrás nos direitos conquistados pelas mulheres e, com uma simples frase, instalava a polémica. E se o rosto da ministra pode ser para muitos desconhecido, a família desta não o é propriamente.
Uma rápida pesquisa revela as ligações familiares: Maria do Rosário é irmã da conhecida escritora e socialite Margarida Rebelo Pinto e tem ainda graus de parentesco com os atores Catarina Wallenstein e Pedro Granger, que são seus primos. A sua árvore genealógica revela ainda que a ministra é sobrinha-neta do Conde do Unhão.
Licenciada em Direito, lecionou como Professora Catedrática na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, tendo coordenado projetos internacionais nas áreas do Direito do Trabalho e do Direito da Igualdade. Foi ainda presidente da Associação Portuguesa de Direito do Trabalho durante vários anos, sendo que, a convite de Luís Montenegro, integraria o XXIV Governo Constitucional em 2024, com a pasta do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. O nome era até há bem pouco tempo desconhecido para muitos, sendo que o facto de a polémica com o tema da amamentação se ter tornado viral colocou Maria do Rosário Palma Ramalho.
MÃE DA VICE-PRESIDENTE DO PSD
Casada com António Manuel Palma Ramalho, que desempenhou o cargo de Presidente do Conselho de Administração da CP – Comboios de Portugal, é mãe de duas filhas, uma delas já se insere no universo político. Trata-se de Inês Palma Ramalho, tal como a mãe licenciada em Direito, que desempenha desde 2022 o cargo de vice-presidente do PSD.
Já a irmã, Maria Leonor Rebelo Pinto Palma Ramalho, licenciou-se em Arquitetura, trabalhando atualmente como designer.