Os que lá estiveram, os que de alguma forma viveram a data, bem que podem dizer que parece que foi ontem, mas passou-se meio século desde que a Revolução dos Cravos veio mudar tudo, desde a simples forma como comunicamos livremente, aos valores que então foram instaurados e que fazem parte dos pilares da sociedade democrática tal como a conhecemos hoje.

A queda da didatura e posterio instauração da Democracia são hoje celebrados de uma forma especial de Norte a Sul do País, até porque, como muitos afirmam, recordar a forma como tudo começou, as lutas travadas, é meio caminho andado para refrescar a memória em tempos que podem ser especialmente confusos.

Perante a data simbólica de meio século de vida, todos os municípios estão em festa e à sua maneira, prestam homenagem aos 50 anos de um dos momentos mais marcantes na vida social, política e económica do país.

É na capital que acontecem alguns dos momentos mais relevantes, com as celebrações à Revolução a acontecerem não só durante o mês de Abril, mas durante todo o ano, num programa assente em visitas guiadas, exposições e concertos.

"No momento em que o regime democrático cumpre meio século, Lisboa, um dos principais palcos da Revolução apresenta um programa comemorativo que procura reforçar a democracia e destacar algumas das principais conquistas do 25 de Abril", informou a Câmara Municipal de Lisboa, enaltecendo o marco, que "simboliza o início de um caminho de profundas transformações económicas, sociais e culturais".

Mas um dos momentos mais emotivos será a reconstituição dos momentos intensos que se viveram em 1974. Na madrugada de 24 para 25 de abril, o percurso feito pelo Movimento das Forças Aramadas vai ser reconstituído desde Santarém até Lisboa. "A célebre coluna da escola Prática de Cavalaria, liderada por Salgueiro Maia em Santarém, entrará em Lisboa e irá juntar-se ao desfile das Forças Armadas, a realizar no Terreiro do Paço nessa manhã. Depois rumará, tal como há 50 anos, para o largo do Carmo, para simular um cerco ao quartel. E, finalmente, irá para a Pontinha, onde estava o posto de comando das operações do 25 de Abril", explicou a comissária-executiva da Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril Maria Inácia Rezola.

Um momento ainda mais especial para todos aqueles que, de alguma maneira viveram a Revolução, mas igualmente importante para aqueles que nasceram depois, mas sabem dar o devido valor à felicidade de já ter chegado a um país sem barreiras e livre.