A dor de Fernando Póvoas. Melhor amigo recorda últimos momentos de Pinto da Costa: "Estava muito confuso"
Médico acompanhou sempre o amigo na doença. Admite que o estado de saúde se deteriorou a partir da última segunda-feira, altura em que Pinto da Costa começou a ficar muito confuso.Eram amigos há décadas e estiveram presentes nos momentos mais importantes da vida um do outro. Quando muitos lhe viraram costas depois de Pinto da Costa deixar a presidência, Fernando Póvoas manteve-se incondicionalmente a seu lado, num contacto diário que o levou a ser das poucas pessoas que estiveram a seu lado nos últimos meses de vida.
"Perdi um amigo, um homem grande", começou por dizer, de voz embargada à SIC Notícias, sem esconder a dor e a tristeza pela morte de Pinto da Costa, este sábado, dia 15 de fevereiro, aos 87 anos.
O médico esteve com o amigo na véspera, em sua casa, mas na altura Pinto da Costa apresentava já um estado de grande confusão mental. "Ainda ontem estive com ele, até às 19h, estava muito confuso, a dizer que queria ir para casa, quando na verdade estava em casa. Mas não se previa que fosse para já. Para além de um amigo, perdeu-se um grande homem, que fez história, neste clube, nesta cidade. Perdemos um grande homem", lamentou.
Fernando Póvoas admite que o estado de saúde de Pinto da Costa começou a agravar-se no início desta semana. "A partir de segunda-feira começou a ficar muito confuso".
No entanto, recorda já com saudade o almoço que tinham tido há uma semana, em que, apesar da condição frágil e de se deslocar de cadeira de rodas, Pinto da Costa quis sair de casa.
"A última vez que fomos almoçar fora foi na sexta-feira passada, fomos comer uma lampreia a Gondomar. Estava de cadeira de rodas, mas não se escondia de ninguém. De cadeira de rodas ou não, gostava muito de ir comer com os amigos fora."
Dos tempos áureos, recorda as jantaradas partilhadas entre família e amigos, do apetite voraz que Pinto da Costa manteve até ao fim, e da eterna paixão pelas mulheres, o seu ponto fraco.