
Ao longo dos últimos dois anos, Pinto da Costa via o seu estado de saúde começar a agravar-se, ao mesmo tempo que várias questões o perturbavam, nomeadamente a nível familiar, uma vez que tinha voltado a desentender-se com o filho mais velho, Alexandre, fruto do primeiro casamento, com Manuela Carmona.
A história de Pinto da Costa e do filho, Alexandre, é tudo menos linear. Ao longo da vida, tiveram várias desavenças, desentenderam-se por ninharias, mas também por coisas sérias e quase sempre por causa do futebol. Passaram uma década de costas voltadas, fizeram as pazes mas voltariam a deixar que as mágoas falassem mais alto e os últimos anos foram novamente passados sem trocar uma única palavra. Quem os conhece, sabe que Pinto da Costa e Alexandre sempre foram assim: dois feitios provavelmente demasiado parecidos para encaixarem, duas pessoas obstinadas e com convicções fortes, que muitas vezes chocam e entram em conflito.
No entanto, se muitos achariam que podia já não haver um caminho comum a uni-los, na reta final, Alexandre voltou a procurar o pai no momento mais difícil da sua vida e quando nos últimos meses do ano passado, o pai foi operado, após uma fratura no fémur, sendo que a família manteve-se unida ao longo dos últimos meses.
"O Alexandre esteve no hospital várias vezes, costuma dizer-se que é nestas situações mais difíceis que as famílias se unem. Claro que há muitas coisas a afastá-los, claro que as coisas não ficam sanadas de um dia para o outro, mas a situação era crítica e pai é pai", contou uma fonte, acrescentando que Alexandre foi visto por mais do que uma vez no Hospital Cuf Porto.
Este era um dos grandes desejos de Pinto da Costa, que já o tinha manifestado publicamente. No seu livro, falou várias vezes sobre o filho, mostrou o quanto lhe doía estar distante de Alexandre.
"Por discrepâncias com o meu filho Alexandre, não passámos o Natal em conjunto com os restantes familiares, nem sequer nos encontrámos. TRISTE. Por essas ausências senti-me triste", escreveu Pinto da Costa no livro sobre o Natal de 2023, reforçando, mais tarde, essa ideia. "O Natal deste ano foi muito triste para mim porque faltou o meu filho, que por motivos de 'lana-caprina' (insignificância) se afastou de mim. Foi uma mágoa sempre presente".
Apesar da dificuldade dos últimos meses, com o sofrimento físico e emocional, ter os filhos juntos a seu lado revelou-se um motivo de alegria.