Coronavírus: para cada 100 em Itália, 7 em Portugal - diz estudo
Situação em Portugal deverá prolongar-se pelos próximos três meses. No entanto, já é permitido prever quantos infetados haverá no nosso país.
21 de março de 2020 às 20:17
Um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) estima que, em média, por cada 100 casos de Covid-19 em Itália, até agora o país mais afetado na Europa, Portugal terá sete casos, apontando para um cenário grave em território nacional.
O estudo teve como base modelos matemáticos, que analisou dados dos outros países, que permitem prever o que se irá passar em Portugal, disse à agência Lusa a investigadora e diretora da ENSP, Carla Nunes.
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"Atualmente, a análise desses modelos diz-nos que todas as curvas, na fase em que nos encontramos e independentemente do país analisado, são exponenciais (ou similares), ou seja, têm uma evolução crescente acentuada. A curva portuguesa segue o mesmo trajeto, à sua escala, comparando com os períodos análogos dos outros países", sublinhou.
Segundo a investigadora, Portugal está a seguir as curvas dos outros países em escalas diferentes. "Nós temos um comportamento que nos permite ver, usando as outras curvas, o que vai acontecer nos próximos dias se, obviamente, nos mantivéssemos no mesmo caminho que eles estão a seguir", referiu.
"Comparativamente aos outros países, Portugal tomou medidas de promoção do isolamento social mais cedo e foram aparentemente bem adotadas pela população portuguesa, segundo os órgãos da comunicação social", observou a diretora da ENSP.
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Portugal introduziu uma nova medida na passada sexta-feira, a interrupção das escolas, que efetivamente começou na segunda-feira, mas serãonecessários 14 dias, o período máximo de transmissão do vírus, para perceber o impacto da medida.
Dada a "história do vírus", ainda não há tempo para saber se "a medida foi eficaz ou não", salientou.
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Primeiro-ministro alertou
Recorde-se que o primeiro-ministro António Costa já avisou que o estado de emergência em Portugal deverá estender-se. "Foi decretado para 15 dias mas ninguém sabe se daqui a 15 dias não estaremos a renovar", disse. "Vamos ter três meses muito duros pela frente", concluiu assumindo que antes do final de Maio não deverá haver boas notícias...
