
Bruno Nogueira é mais uma figura pública que decidiu usar a sua voz nas redes sociais para defender Joana Marques no polémico julgamento que a opõe aos Anjos. O comediante diz que a dupla de irmãos está "a tentar apagar aquilo que não nos agrada" e defende a liberdade de podermos rir de tudo, sem censuras nem processos judiciais.
"Aquilo de que se deveria estar a falar por estes dias não era dos limites do humor, mas sim dos limites do sentido de humor. São quase sempre esses que são ultrapassados, e não vejo em que sentido é que um humorista possa ser culpabilizado por isso", começa por escrever.
"Este caso em que os Anjos decidem pedir 1 milhão de euros por um vídeo que a Joana pôs no Instagram soa a um pedido de justiça feito à medida. O que fez disparar as consequências psicológicas e profissionais dos Anjos foi sobretudo terem transformado aquilo que era só mais um vídeo, num palco com plateia para Portugal inteiro. Falaram disso, e ao falarem disso o País falou deles a falarem disso", continua.
"Por muito que tente criar empatia pelo sofrimento deles, tudo isso esbarra naquilo que está escondido atrás deste processo: tentar apagar aquilo que não nos agrada. Pode ou não gostar-se do que a Joana faz, pode ou não gostar-se do que os Anjos fazem, mas é inimaginável que isso dê origem a uma multa de um Euro que seja", escreve ainda.
"Se os Anjos ganhassem este processo, perdíamos todos, humoristas e não humoristas. E perdiam sobretudo eles, por ironia do destino. Porque isto não é sobre nenhum dos envolvidos no processo, é sobre uma coisa muito maior: o podermos rir de tudo, sempre. O papel do humor não é obedecer à sensibilidade nem à expectativa de quem o ouve. Diria até que esses são os arqui-inimigos do próprio humor. Rimos sempre à conta de alguma coisa ou de alguém, e isso deixa sempre nódoas negras pelo caminho. A falta de sentido de humor, por outro lado, pode destruir tudo à volta. Neste momento, não há maior inimigo dos Anjos do que eles próprios. E isso não deixa de ter a sua piada", remata.