A notícia da morte do Papa Francisco, aos 88 anos, apanhou todos de surpresa. Apesar de ser conhecida a batalha de saúde que travava, na sequência de uma pneumonia bilateral, as últimas aparições públicas davam esperança sobre uma recuperação que lhe permitisse continuar a liderar a Igreja Católica e ter mais anos de vida feliz.
Francisco acabaria por falecer, na manhã desta segunda-feira, dia 21, na sequência de um AVC fatal, segundo relataram os principais jornais italianos.
Agora, preparam-se as cerimónias fúnebres, que Francisco fez questão de simplificar ao máximo, deixando tudo pronto para quando chegasse o dia da sua partida. O mesmo terá acontecido em relação a um eventual testamento, uma vez que o Papa teve tempo para realizar que a sua morte poderia ser uma realidade próxima e deixar tudo acautelado.
Mas o que deixa o Papa Francisco, para além do seu importante legado? Que bens ou património terá? A questão da herança de um líder da Igreja é mais complexa do que a do comum dos mortais. Na prática, os bens que ele possa ter adquirido durante o período em que foi Papa ficam para a igreja, sendo, no entanto, que o Papa pode ter um património herdado através dos seus familiares (os pais faleceram há vários anos, sendo que o pai era comerciante, em Buenos Aires) e que permanece em sua posse.
No entanto, Francisco era conhecido por defender um estilo de vida singelo. Recusou a residência oficial para os Papas e preferiu um modesto quarto de hóspedes na Casa de Santa Maria Maior, andava de transportes públicos e defendia uma igreja pobre e para os pobres, portanto é pouco provável que bens adquiridos possam ser uma realidade.
O único provento que Francisco pudesse ter prende-se com os livros que publicou, o último dos quais a sua biografia 'Esperança', lançada no decorrer do último ano. Em relação ao eventual património, o Papa deverá ter expressado a quem o deixa no seu testamento, sendo que a única familiar direta viva é a irmã, Maria Elena, que vive na Argentina, e com quem Francisco sempre teve uma relação muito próxima – falavam frequentemente, apesar de não se verem há vários anos. No entanto, também é provável que possa destinar esse montante – a existir – a instituições de solidariedade.
A título comparativo, Bento XVI deixou o seu património a cinco primos, sendo que a herança envolvia os direitos de autor dos seus livros e alguns bens pessoais. O restante património do antecessor do Papa Francisco foi doado, conforme informou o seu secretário particular.
