Amigos deram 4 milhões de euros a Juan Carlos para que rei emérito regularizasse situação fiscal
Novas informações sobre dívidas do pai de Felipe VI vêm agora a público.O rei Juan Carlos volta a ser tema depois de virem a público novas informações sobre as suas movimentações financeiras. Segundo a 'Semana', de acordo documentos encontrados, o pai de Felipe VI terá devolvido aos seus amigos, empresários de confiança, os empréstimos que recebeu, no valor de mais de 4 milhões de euros, para pagar, em 2021, as declarações complementares do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Físicas, entre os anos de 2014 e 2018.
O jornal francês 'Point de Vue' relata que: "Nos últimos cinco anos, o ex-soberano viveu exilado em Abu Dhabi, onde tentou manter um perfil discreto após vários escândalos que mancharam a sua reputação. Com as novas irregularidades, as autoridades fiscais espanholas ameaçam manchar ainda mais a imagem do emérito."
Esta afirmação surge depois de ter sido divulgada a notícia do recente reembolso do empréstimo, no valor de mais de quatro milhões de euros, que empresários de confiança fizeram ao pai de Felipe VI para que ele pudesse regularizar a sua situação com o Fisco.
De acordo com fontes próximas a Juan Carlos I, conforme revelado ao 'El Mundo', "uma parte desses rendimentos corresponde à venda dos seus direitos para a realização de documentários sobre a sua vida, bem como à intermediação em operações comerciais. Essas operações não podem ser rastreadas e verificadas pela Agência Tributária espanhola, uma vez que ele já não é residente fiscal no país".
O jornal lembra que Juan Carlos já realizou uma regularização voluntária perante o fisco espanhol em fevereiro de 2021, no valor de outros quatro milhões de euros, incluindo juros de mora e sobretaxas: "Este montante, o mais importante dos que liquidou com a Agência Tributária, correspondia a viagens privadas no valor de 8 milhões de euros que pagou através da Fundação offshore Zagatka."
Assim que se soube da movimentação financeira do emérito, o Sindicato dos Técnicos do Ministério das Finanças apresentou um pedido para que fosse investigado. Consideram que Juan Carlos recebeu esses empréstimos quando ainda tinha residência fiscal em Espanha, e pedem que sejam iniciadas "investigações sobre as garantias, cláusulas e condições dos empréstimos" e sobre se, naquele ano, Juan Carlos I "tinha imóveis, ações ou contas fora de Espanha".
Com dificuldades em comprovar qual a residência onde o emérito estava registado no momento dos empréstimos e da obtenção dos novos rendimentos, este permanece um caso em aberto, sem garantias dos próximos passos, tanto da Autoridade Tributária, como de Juan Carlos.