
Em 1997, no ano em que morreu, a princesa Diana estava no topo da lista das celebridades mais populares do mundo. A sua história tinha todos os ingredientes: ela era linda, generosa, dada a causas solidárias, membro de uma das famílias mais famosas de sempre, mãe extremosa, mas também a rebelde que não fazia o que lhe diziam e que tinha acabado de protagonizar um divórcio polémico com o filho da Rainha Isabel II, o príncipe Carlos.
As suas férias desse ano, no Sul de França, ao lado do novo namorado, o milionário Egípcio Dodi Al-Fayed, estavam, por isso, debaixo de todos os holofotes mediáticos. Mas o que aconteceu verdadeiramente na noite em que Diana morreu?
A 30 de agosto, uma Lady Di bronzeada tinha acabado de chegar de uns dias de pura paixão a bordo do iate do namorado. Os dois haviam regressado a Paris e, no dia seguinte, a princesa deveria estar de volta a Inglaterra, onde reencontraria os filhos. Horas antes do acidente fatal, sabe-se que falou com William e Harry – então com 15 e 12 anos – ao telefone e que desfrutou de um jantar animado no restaurante do Hotel Ritz. Saiu já depois da meia-noite para conhecer a tragédia.
Ao volante do Mercedes S280 seguia o motorista, Henri Paul, a seu lado o guarda-costas da princesa, Trevor Rees-Jones, e no banco de trás Diana e Dodi. Eram perseguidos por paparazzi, que tentavam captar a melhor imagem do casal e, minutos depois de terem abandonado o restaurante, pelas 00h20, chocaram, a mais de 100 km/h contra o 13º pilar da Pont D’Alma, bem no coração de Paris, numa zona em que a velocidade máxima permitida era de 50 km/h.
Dodi e o motorista – que durante a investigação se veio a provar estar alcoolizado – tiveram morte imediata e o guarda-costas foi o único sobrevivente. Diana, que à semelhança de todos os ocupantes do Mercedes, não levava cinto de segurança, morreu quando já estava no hospital. Antes disso, de acordo com o bombeiro que a socorreu, teve alguns momentos de lucidez. "Perguntou: ‘meu Deus, o que aconteceu?", revelou o profissional, detalhando que na altura a princesa revela sinais vitais "aparentemente fortes".
Mas quando chegou ao hospital público de Pitié-Salpêtrière, em Paris, pelas 2h06, os médicos já tinham consciência de que o real estado da princesa era mesmo muito grave. O primeiro raio-x revelou uma hemorragia interna extensa e Lady Di teve de receber várias transfusões de sangue, mas pouco tempo depois de ter chegado ao hospital sofreu uma nova paragem cardiorrespiratória [a primeira tinha sido ainda na ambulância], que viria a revelar-se fatal. Na altura, já tinha chegado à unidade de saúde mais consagrado cirurgião de França, que tentou em vão salvar a vida de Diana. Durante a operação, descobriu uma lesão ainda mais grave: uma fenda na veia pulmonar no ponto de contacto com o coração.
"Lutámos muito, tentámos muito, mesmo muito", disse, anos mais tarde, um dos médicos que a assistiu. Depois de uma hora em manobras de reanimação, o óbito foi declarado às quatro da manhã.