A despedida emotiva de Francisco Pedro Balsemão ao pai, entre a dor da partida e os sorrisos das memórias que ficarão para sempre
A derradeira despedida a Francisco Pinto Balsemão aconteceu esta quinta-feira, 23 de outubro, na igreja do Mosteiro dos Jerónimos, numa verdadeira celebração do homem que foi o antigo primeiro-ministro e fundador do 'Expresso' e da SIC.O Mosteiro dos Jerónimos recebeu ao início da tarde desta quinta-feira, 23, uma verdadeira celebração do homem que foi Francisco Pinto Balsemão e o legado deixado pelo antigo primeiro-ministro, empresário da comunicação social, fundador do 'Expresso', da SIC e do PSD – em que era o militante número um.
Num ambiente de grande serenidade, entre discursos de homenagem e apontamentos musicais – o fadista Camané cantou o fado ‘Abandono’, gravado por Amália Rodrigues em 1962 –, a Missa de Corpo Presente de Pinto Balsemão celebrada pelo Cardeal-Patriarca de Lisboa Emérito, D. Manuel Clemente, e que teve lugar na Igreja dos Jerónimos teve momentos de muita emoção e de alguns sorrisos também.
O mais comovente foi, talvez, a despedida do filho Francisco Pedro Balsemão. Palavras que o presidente executivo do grupo Impresa não tinha ainda partilhado com a família. "Em nome da minha família, não tenho dúvidas que o nosso pai, avô, sogro, e, no caso da minha mãe, marido, Francisco Pinto Balsemão foi e é o nosso herói", começou por sublinhar Francisco Pedro Balsemão, comparando o pai aos heróis gregos, cuja existência se situava entre os deuses e os mortais, ressalvando que tal como os heróis também o pai não era perfeito.
“O nosso pai foi por vezes um pai e um marido ausente. Não nos levava à escola de manhã e se entrou duas vezes na cozinha lá em casa foi por engano”, sublinhou Francisco Pedro, arrancando alguns sorrisos aos presentes na cerimónia. "Foi transcendente através do seu amor, dos seus valores e do seu exemplo. Construiu uma família que tudo fará para manter e reforçar o seu legado", garantiu em nome dos 20 descendentes, entre filhos, netos e bisneta – "todos sportinguistas". “Somos unidos, fortes, divertidos como ele quis”, destacou.
Consciente do peso e da responsabilidade do nome Balsemão, Francisco Pedro lembrou um dos ensinamentos do pai, com a "obrigação de deixar o mundo melhor". O CEO da Impresa não deixou passar em claro as injustiças da classe política para com o pai nem os momentos em que Pinto Balsemão optou por deixar uma marca no mundo e não viver à custa da herança da família da classe alta. “Por termos nascido em berço de ouro tínhamos de fazer mais do que os outros”, referiu Francisco Pedro.
Por fim, Francisco Pedro Balsemão lembrou ainda que o pai era um homem mais interessante em provado do que em público e que serão sempre recordadas as alcunhas e as piadas privadas, valores que serão transmitidas às futuras gerações.