Bissexual assumido, Marco Delgado fala da relação de amor que tem com outro homem

O ator Marco Delgado já tinha vindo a público assumir ser bissexual – que diz ser "o melhor de dois mundos" – e já tinha falado de forma aberta e franca sobre a sua sexualidade e sobre o amor, aquilo que sente como o mais importante na sua vida.

Marco foi o convidado do programa 'Alta Definição' e voltou a falar abertamente de amor e sexualidade. "Dou tudo pela pessoa que amo, mas tudo mesmo. Sou capaz de atravessar o mundo porque o amor é muito importante para mim. Sou uma pessoa feliz com a relação que tenho."

Durante a entrevista, na SIC, o ator de 'Paixão' destaca a importância de se assumir o que se sente assim como a orientação sexual, porque isso nos define enquanto pessoas. "É importante sentirmo-nos bem com a nossa sexualidade. É importante respeitarmo-nos a nós mesmos em relação à sexualidade e de pensarmos que a vida é demasiado curta para estarmos a viver algo que não somos nós. A sexualidade é importante e define uma pessoa."

Antes de assumi-lo perante os outros, Marco refere que o mais difícil foi assumi-lo perante ele próprio. "Quando chega o momento de justiça para contigo mesmo é um descanso, uma serenidade. É um processo que de quase psicanálise, um processo muito íntimo, muito forte, muito revoltoso também. Porque não temos certezas de nada... há um período de grande incerteza e perguntas para as quais não sabes muito bem responder."

Um fator que ajudou essa aceitação foi a reação dos pais do ator. "Primeiro precisas de esclarecer isso para ti mesmo, antes de esclarecer para quem quer que seja. A fase da aceitação (própria) é a fase mais complicada. Senti desde muito novo, mas adensou-se numa fase mais tardia e agora tive necessidade de esclarecer. Foi feliz esse momento de aceitação por parte dos meus pais."

Marco vai mais longe e diferencia os estágios de prazer físico, diferentes de quando está com uma mulher ou com um homem, ainda que esteja, neste momento, feliz numa relação homossexual. "Acredito sobretudo no amor. (...) Por serem dois homens não há necessariamente duas forças dominantes. Fisicamente (com homem ou com uma mulher) são prazeres diferentes."