"Como é que se supera uma dor destas?": Pais de Cláudio Valente não o conseguiam contactar há mais oito anos
Amigos da família mostram-se em choque com crime de Cláudio Valente, que desde que regressou aos Estados Unidos, em 2017, não contactava os mais próximas. Notícia está a causar onda de consternação no Entroncamento, de onde era natural.Ainda há muito para esclarecer em relação ao homicídio de Boston, em que Cláudio Valente é o principal suspeito de ter atirado, em primeira instância, na Universidade de Brown, matando dois alunos e ferindo outros nove, e depois o físico português Nuno Loureiro, que tinha conhecido há 25 anos, quando ambos estudavam no Instituto Superior Técnico. Os detalhes começam agora a ser explicados, mas tudo indica que o crime tenha sido motivado pelo ódio, uma vez que o rival conseguiria uma carreira brilhante na área em que Cláudio tinha de tudo para vingar, mas acabaria por ficar pelo caminho.
No Entrocamento, onde Cláudio Valente cresceu, o sentimento é de choque total, mas também de grande empatia para com os pais do homicida, que é descrito como um "casal muito unido". O jornal MedioTejo falou com amigos da família do português, que confiram o distanciamento deste do clã, desde que deixou Portugal em 2017, depois de ter trabalhado vários anos na SAPO. Os pais não o conseguiriam contactar desde então, sendo que não se sabem as razões para que Cláudio tenha cortado totalmente com os progenitores, que só voltariam a ter notícias do filho pelas piores razões.
“Mas como é que se supera uma dor destas?”, questionava Mirita Rodrigues, residente no Entroncamento e próxima dos pais de Cláudio, ao jornal MedioTejo, revelando que a sua filha andou com o suposto homicida na escola, confirmando o seu brilhantismo.
Cláudio era aluno de 19, mas a par da inteligência era descrito pelos professores como quezilento e demasiado competitivo. Tudo indica que possa ter sido esse sentido de competição a levá-lo ao homicídio que está a chocar Portugal e a América. Depois dos crimes, recorde-se, o corpo de Cláudio Valente foi encontrado num armazém em New Hampshire, com um tiro auto-infligido. Já estaria morto há dois dias quando as autoridades o descobriram, com a morte a ter ocorrido no mesmo dia que Nuno Loureiro faleceu no hospital.