Dinheiro, filhos de barriga de aluguer e um império a seus pés. Como é a vida de Paula Amorim, a mulher mais poderosa de Portugal

Nome forte da Galp, Corticeira Amorim, Grupo Américo Amorim e Amorim Luxury Group, Paula Amorim surge esta terça-feira, 27, a liderar a lista da Forbes Portugal das 50 mulheres mais poderosas nos negócios.

Não é para menos. Desde o ano passado, as empresas em que Paula Amorim, de 52 anos, está envolvida estão a todo o vapor. Segundo o 'Negócios', a Galp registou lucros ajustados de 881 milhões de euros no ano passado, mais 93% do que os 457 milhões obtidos em 2021. A Corticeira Amorim teve um crescimento de 31,6%, com lucros de 98,4 milhões de euros, e o Grupo Américo Amorim ainda teve uma entrada de 250 milhões de euros pela venda de 10% das ações da Tom Ford à gigante Estée Laude. Não faltam razões para Paula sorrir.

O nome da empresária ganhou força em 2016 quando o seu pai, Américo Amorim, entregou a presidência do conselho de administração à mais velha das três filhas. As duas herdeiras mais novas, Marta e Luísa, também estão fortemente envolvidas na administração dos negócios da família. Antes de substituir o pai, Paula já tinha apostado sozinha na construção do Grupo Amorim Luxury - que incluem Fashion Clinic, JncQuoi e Ladurée. 

"Comecei a trabalhar muito nova, com 19 anos. Acabei por não concluir os estudos universitários (em Gestão Imobiliária) e o meu primeiro trabalho foi no grupo Américo Amorim na área imobiliária. O meu primeiro negócio surge em 2005, quando comprei a Fashion Clinic, sozinha e sem o respaldo financeiro do grupo familiar", revelou numa entrevista antiga à edição portuguesa da 'Vogue'.

Paula não herdou o título da pessoa mais rica do país, como era o seu pai. A maior fortuna de Portugal está nas mãos da sua mãe, Maria Fernanda Amorim, como herdeira do empresário que morreu em 2017. Este ano, inclusive, a matriarca do clã Amorim subiu 34 posições na lista multimilionários criada pela Forbes internacional. Aos 88 anos, a viúva de Américo Amorim aparece no 567.º lugar, com uma fortuna calculada em 4,7 mil milhões de dólares (4,2 milhões de euros no câmbio atual).

Mas Paula Amorim tem nas mãos o império do pai. A empresária inclusive tem dados passos para se consolidar como uma das novas donas da Comporta, com a construção de novas moradias e negócios lucrativos, que já estão em marcha, tal como a 'The Mag/aFALSH!' noticiou recentemente. 

O primeiro negócio tem a ver com a chegada do famoso restaurante JNcQUOI à praia do Pêgo. Depois de ter 'expulsado' o concorrente Sal para a Praia do Carvalhal, a empresa de Paula Amorim já começou as obras para o novo espaço.

No lado familiar, a empresária sempre discreta já deixou escapar os motivos da felicidade. Mãe de Rui e a Francisca do primeiro casamento com Rui Alegre, Paula Amorim voltou a casar, com o empresário Miguel Guedes de Sousa, e a tomar a decisão de ser mãe perto dos 50 anos, com ajuda de uma barriga de aluguer dos EUA.  

"Não vou esconder. Fui mãe aos 49 anos, foi uma gravidez de substituição, foi nos Estados Unidos. A minha idade não me permitiu ter uma gravidez eu própria, o meu marido tinha um desejo profundo de ser pai, ele não tinha filhos e é uma alegria. Não foi uma decisão fácil porque já estava com 49 anos e numa fase da minha vida com enormes responsabilidades, em que ter um filho era uma coisa séria. Mas hoje – até porque os dois filhos já não estão em casa – ter o Manuel em casa é uma felicidade e uma luz. Acho que rejuvenesci. Estou muito, muito feliz", contou a empresária.

Lista das mulheres mais poderosas de Portugal

A lista da Forbes Portugal das 50 portuguesas mais poderosas inclui ainda no top 10: Cláudia Azevedo, acionista e CEO da Sonae, Mafalda Duarte, diretora-geral do Fundo Verde para o Clima, Inês Caldeira, diretora-adjunta mundial da L’Óreal Paris, Manuela Ferro, vice-presidente do Banco Mundial - Ásia e Pacífico, Vera Pinto Pereira, CEO EDP Comercial, administradora da EDP e presidente da Fundação EDP, Ana Figueiredo, CEO da Altice Portugal, Isabel Ferreira Pinto, CEO do Pingo Doce, Isabel Afonso, diretora-geral Novartis Oncology China, e Maria Ramos, presidente da AngloGold Ashanti e consultora do Banco Mundial.