Eunice Muñoz celebra 90 anos de vida... 77 dedicados ao teatro! Recorde os seus amores e o drama da doença
A veterana é uma das atrizes mais conceituadas da história do teatro nacional.
Eunice Muñoz celebra esta segunda-feira 90 anos de vida. A lendária atriz do teatro nacional tem uma das mais longas carreiras do nosso país, contando já com uns impressionantes 77 anos dedicados à arte da representação.
Na vida pessoal, Eunice viveu grandes amores ao longo das décadas; com apenas 19 anos, em 1947, casou-se com o arquitecto Rui Ângelo de Oliveira do Couto, de quem teve uma filha. Em 1956, casou pela segunda vez, com o engenheiro Ernesto Borges, tendo 4 filhos deste casamento. Nos anos 60, casou pela terceira vez, com o poeta António Barahona da Fonseca, de quem teve outra filha.
Sofreu ainda um duro golpe recentemente: em 2013 foi-lhe diagnosticado um cancro na tiróide, e esteve muito perto de perder a voz, um dos instrumentos mais preciosos da sua profissão. Acabou por se submeter a tratamentos de quimioterapia e conseguiu recuperar a saúde.
Eunice Muñoz nasceu na Amareleja, no Baixo Alentejo, no seio de uma família de atores. Estreou-se no teatro com apenas 13 anos, no Teatro Nacional D. Maria II, fazendo parte do elenco da peça "Vendaval", de Virgínia Vitorino (1895-1967), com encenação de Amélia Rey Colaço e Robles Monteiro.
Ao longo das décadas, Eunice Muñoz interpretou inúmeros dramaturgos como Sttau-Monteiro ("Felizmente há luar"), Raul Brandão ("O gebo e a sombra"), García Lorca ("A casa de Bernarda Alba"), Paul Claudel ("O Anúncio Feito a Maria"), Jean-Paul Sartre ("As troianas"), Bertold Brecht ("Mãe Coragem e os Seus Filhos"), Herman Broch ("Zerlina"), Agustina Bessa-Luís ("As fúrias"), Lídia Jorge ("A maçon"), Maria Velho da Costa ("Madame"), Filipe La Féria ("Passa por mim no Rossio").
É maioritariamente uma atriz de teatro, mas fez 13 filmes e muita televisão nos últimos anos, tendo participado em mais de 10 novelas do pequeno ecrã.
Entre as várias distinções da sua longa carreira, recebeu em 2011 a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, entregue pelo então Presidente da república, Aníbal Cavaco Silva.